Na noite de segunda-feira (12), a Portela emocionou o público da Marquês de Sapucaí com um desfile que reverenciou a força e a resiliência das mulheres negras e heroínas pretas do Brasil. Baseado no romance “Um defeito de cor” da escritora Ana Maria Gonçalves, a escola de samba trouxe uma apresentação cadenciada e marcada por uma profunda reflexão sobre a história e a cultura afro-brasileira.
Com o enredo “Um defeito de cor”, a Portela não apenas prestou homenagem às mulheres negras, mas também buscou resgatar e dar voz a personagens históricas muitas vezes esquecidas. O enredo segue os caminhos imaginados da mãe preta, Luisa Mahim, figura emblemática que se destacou por sua atuação nos levantes pela abolição da escravidão na Bahia durante o século XIX.
Dividido em cinco setores, o desfile proporcionou uma imersão na vida e na luta de Luísa Mahin, tendo como narrador o seu filho, Luiz Gama. Desde a expulsão de sua terra natal na África até sua participação ativa nos movimentos pela justiça e liberdade no Brasil, cada setor do desfile retratou momentos marcantes da trajetória dessa importante figura histórica.
A representação da águia, símbolo da agremiação, no abre-alas da escola, reforçou o orgulho e a tradição da Portela. O desfile, marcado pela emoção e pela reflexão, foi um verdadeiro tributo à história e à cultura afro-brasileira.
A Portela desfilou como a segunda escola a se apresentar na segunda-feira de carnaval, cativando o público presente na Sapucaí com sua mensagem de celebração e valorização da mulher negra e das heroínas pretas do Brasil.
(Com colaboração de Renan Dantas)