Em outubro deste ano, o Dr. Rey, protagonista do reality show “Dr. Hollywood”, anunciou que estava em tratamento devido a um câncer de próstata. Sua descoberta foi feita por meio de uma tomografia. Geralmente, quando se encontra em fase inicial, a doença pode não apresentar sintomas claros. Sendo assim, um diagnóstico precoce se torna fundamental para detectar o problema.
O mês de novembro é dedicado mundialmente ao alerta em relação ao câncer de próstata. Em sua fase inicial, muitas vezes a doença não apresenta sintomas compreensíveis, confundindo-se inclusive com os de hiperplasia benigna. Entretanto, a necessidade de um diagnóstico preciso se torna fundamental para um tratamento eficaz.
“Os sintomas que precisam de atenção extra são: a dificuldade de urinar e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, isso devido ao aumento da próstata que comprime a uretra. A pessoa pode ainda sentir aquela necessidade de urinar com frequência. Há ainda outros sintomas menos comuns, como a dor ou ardor.”, alerta o Dr. Eliney Faria. Uro-oncologista do hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte, o médico também é Diretor do IRCAD América Latina e professor de pós-graduação na Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.
Sabe-se que a doença pode acometer um número expressivo do público masculino, contudo, há alguns grupos de risco mais elevados para desenvolver a doença e que vão além da idade avançada. O histórico familiar é um deles. Homens afrodescendentes também podem desenvolver formas mais agressivas desse tipo de câncer. E mais: fatores genéticos e mutações além do estilo de vida e dieta precisam constar nessa lista.
“A recomendação é que homens enquadrados nesses grupos e com idade superior a 40, 45 anos, procurem um médico para acessar um diagnóstico precoce e rastreamento específico.”, considera o profissional.
Já para aqueles que não se encaixam nos grupos de risco, o ideal é realizar o toque retal e avaliação de PSA anualmente com o urologista, de preferência nas idades entre 50 e 70 anos.
O diagnóstico para o câncer de próstata é realizado por etapas. Os exames iniciais de PSA (sangue) e toque retal devem ser sucedidos por outro de imagem, como a ressonância magnética, caso tais procedimentos anteriores revelem algo suspeito. A confirmação vem através da biópsia, onde fragmentos da próstata são retirados com agulhas guiadas por ultrassom. Seu resultado indica inclusive a agressividade da doença.
Já as opções de tratamento vão variar conforme o estágio e agressividade do tumor. Deve-se incluir ainda a idade do paciente e as suas condições clínicas. Para cânceres de baixo risco, a vigilância ativa com monitoramento e exames periódicos é suficiente. Existe ainda a cirurgia para remoção de toda a próstata, denominada prostatectomia radical. E a radioterapia pode ser utilizada como alternativa à cirurgia em casos localizados.
“Para casos mais avançados ou metastáticos, a terapia hormonal é indicada para a redução da produção dos andrógenos, ou seja, hormônios que estimulam o crescimento do câncer. E a quimioterapia fica reservada aos casos a avançados ou quando o tumor não responde à terapia hormonal”, explica o urologista.
O câncer de próstata pode ser eliminado quando há um diagnóstico e tratamento precoces. As chances de cura com cirurgia ou radioterapia são altas em casos em que a doença está localizada, ou seja, sem metástase.
É sabido que possíveis sequelas podem se fazer presentes e persistirem após os tratamentos, dentre elas a incontinência urinária, a disfunção erétil e distúrbios intestinais. “São situações que tendem a impactar na qualidade de vida do paciente, por isso o tratamento deve ser decidido cuidadosamente para estabilização entre os riscos e benefícios.”, finaliza o Dr. Eliney Faria, acrescentando ainda que no caso de cirurgia, o método escolhido e a experiência do cirurgião tendem a impactar diretamente nessas sequelas.