Hoje o caderno de moda do nosso portal, traz o preparador de modelos e produtor de um dos maiores desfiles de New Faces do país, Silvio Pompeu, fala um pouquinho sobre a diversidade de perfis em seus desfiles.
“ Desde quando comecei minha carreira como modelo nos anos 90, os perfis pré-estabelecidos ditados pela moda, eram na verdade um reflexo do que se aplicava na Europa, e já fomos muito roubados em nossa identidade cultural por anos na passarela.
Era algo cruel, nos anos 90, a maioria dos desfiles, tínhamos a sensação de estarmos numa semana de moda de Paris, aquilo era lindo porém muito destoante a nossa cultura e realidade, a moda se comunicava apenas com os ricos, a indústria era totalmente fechada á pluralidade!
Ja hoje com o avanço tecnológico e principalmente com muita informação histórica, já evoluímos muito, e a moda no Brasil decidiu resgatar e brigar por sua identidade cultural, tipo: “ Somos assim, somos plural, aqui é Brasil e daí?”
Eu achei isso maravilhoso, um ato de coragem nos que se achavam “ formadores de opinião e donos da moda! As gerações foram se renovando , o conhecimento crescendo, e a consciência do nosso povo ampliada, e aqui chegamos! 
Os grandes desfiles já trazem a beleza do homem estilo “ Esposo, pai de família” e tatuados para a passarela foto: Diego Melo
Hoje vemos ( óbvio, os perfis tradicionais que comercialmente vendem, e está tudo bem) mas a porta foi aberta, e junto com o perfil tradicional comercialmente interessante para a indústria, também vemos o comum, o igual, o perto da gente, a moda está finalmente se comunicando como deve em nosso país, desde as grifes, o aquecimento do varejo, até chegar nas periferias, hoje vemos moda dentro dos trens, e isso é magnífico, a moda é comunicação. 
A pluralidade da beleza feminina no Brasil e a força da ancestralidade, vem sendo mostrada nos grandes desfiles. Foto: Diego Melo
Sempre fui muito criticado por colocar também pessoas comuns ( sem o perfil top model internacional) na passarela, por nunca conseguir entender, como uma pessoa comum ( não modelo ) pode consumir aquela marca, pagando suas peças na loja, muitas vezes parcelando seu cartão de crédito com dificuldade, gerando receita e movimentando o mercado e não pode desfilar? Não pode desfilar por qual motivo? Pode sim!” Disse Silvio Pompeu
