Os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) têm ganhado relevância como uma das principais iniciativas de humanização no cuidado de pessoas com transtornos mentais graves no Brasil. Essas moradias comunitárias oferecem um espaço acolhedor e estruturado, promovendo reinserção social e autonomia para indivíduos egressos de longas internações psiquiátricas.
Uma das grandes pioneiras nesse campo é Kennya Rodrigues Nézio, psicóloga com doutorado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG). Reconhecida por sua vasta experiência em políticas públicas de saúde mental, Kennya tem se destacado na implementação, gestão e pesquisa relacionadas aos SRTs, contribuindo para transformar o modo como o Brasil aborda o tratamento psiquiátrico.
Kennya defende que os SRTs são cruciais no processo de desinstitucionalização — movimento que visa retirar pessoas de internações prolongadas em hospitais psiquiátricos e integrá-las novamente à sociedade. “Os SRTs representam não apenas um modelo de moradia, mas um dispositivo de cidadania. Eles promovem o convívio social, a reabilitação psicossocial e o resgate dos vínculos comunitários, garantindo dignidade e respeito aos moradores”, explica.
Dois Tipos de SRTs
Os SRTs seguem diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde, sendo divididos em dois tipos principais:
• SRT Tipo I: Voltado para pessoas que não possuem vínculos familiares ou sociais e que precisam de suporte para retomar uma vida autônoma na comunidade.
• SRT Tipo II: Indicado para indivíduos com maior grau de dependência, que demandam cuidados mais intensivos e especializados.
Ambos os modelos compartilham a missão de devolver aos moradores o sentido de pertencimento à sociedade, oferecendo apoio técnico por equipes de saúde mental e um ambiente que simula ao máximo a dinâmica de um lar.
A atuação de Kennya vai além da prática clínica e da gestão. Ela tem contribuído significativamente para a formulação de políticas públicas e para o treinamento de equipes multidisciplinares envolvidas nos SRTs. Seu trabalho tem enfatizado a importância de um atendimento personalizado, que respeite as particularidades de cada indivíduo.
“Para que os SRTs sejam eficazes, é imprescindível que estejam conectados a uma Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), com suporte contínuo de cuidadores, profissionais de enfermagem e equipes técnicas. É isso que possibilita o desenvolvimento de habilidades para a vida diária e a construção de novos laços afetivos e sociais”, destaca Kennya.
Colaboração e Pesquisa de Kennya com os SRTs
Kennya também é conhecida por suas contribuições científicas e práticas no aprimoramento dos SRTs, colaborando com governos, instituições acadêmicas e organizações do setor. Suas pesquisas apontam que o fortalecimento desses serviços requer maior investimento em educação e conscientização social, para quebrar estigmas relacionados à saúde mental.
Além disso, Kennya tem trabalhado diretamente no desenvolvimento de metodologias inclusivas que asseguram a sustentabilidade dos SRTs e promovem a capacitação de profissionais, com foco na qualidade do atendimento e no impacto transformador desses serviços.
Um olhar para o Futuro, com sua atuação, Kennya Rodrigues Nézio reafirma a importância dos SRTs na construção de um sistema de saúde mental mais humanizado e eficiente no Brasil. Sua dedicação não apenas transforma a vida dos moradores dos SRTs, mas também inspira profissionais e gestores a replicarem boas práticas que priorizam a dignidade, a inclusão e o respeito aos direitos humanos.
“A reinserção dessas pessoas na comunidade não é apenas um processo terapêutico; é um ato político e social que nos desafia a construir uma sociedade mais inclusiva e justa para todos”, finaliza Kennya.