Com uma carreira de mais de 50 anos dedicada às artes cênicas, Ariel Moshe, diretor e preparador de elenco do SBT, é o convidado do “CaveCast” desta terça-feira, 20 de maio. No bate-papo com os apresentadores Laura Castro e Nicholas Torres, ele compartilha detalhes de sua trajetória, os bastidores da televisão e os desafios da profissão.
Atualmente à frente do departamento de direção de elenco do SBT, Ariel é responsável pela seleção de atores para as novelas da emissora. “O diretor de elenco monta o time desde o início do projeto. Buscamos perfis que combinem com os personagens, considerando idade, habilidades como canto ou dança e outras características. O ator precisa chegar preparado”, afirma.
Um dos destaques do episódio é o processo de seleção para a novela “A Caverna Encantada”, considerada por ele um marco inovador: “É a primeira novela, talvez até no Brasil, com 30 atores — 15 adultos e 15 crianças. Isso é muito novo e funcionou muito bem”.
Moshe também destaca que o trabalho vai além da escalação: “Se o personagem canta, por exemplo, o ator já precisa vir com essa habilidade. Não dá para aprender no meio da novela”.
De ator a diretor
Com início nos anos 1970, Ariel construiu uma carreira sólida no teatro, com mais de 100 espetáculos no currículo como ator, diretor e produtor. No audiovisual, atuou em produções como Rá-Tim-Bum (TV Cultura), Perigosas Peruas (Globo) e Essas Mulheres (Record), além de novelas no SBT como Éramos Seis, O Direito de Nascer, Chiquititas (1997), Câmera Café, Revelação e Vende-se Um Véu de Noiva.
Em 2011, foi convidado por Iris Abravanel para montar o primeiro grande elenco infantil da emissora. “Naquela época, crianças participavam, mas não interpretavam personagens com profundidade. Ela queria mudar isso. Eu nunca tinha trabalhado com crianças antes, só com adultos e jovens, mas deu muito certo. Hoje, amo fazer isso”.
Desde então, assinou a direção de elenco de sucessos como Carrossel, Chiquititas (2013), Cúmplices de um Resgate, Carinha de Anjo, As Aventuras de Poliana, Poliana Moça, além dos seriados Patrulha Salvadora e A Fantástica Fábrica de Sonhos.
Talento precoce
A nova geração de atores mirins tem surpreendido Ariel: “As crianças estão cada vez mais preparadas. Muitas já chegam tocando instrumentos, fazendo aulas de canto e dança. O canto virou moda. A maioria quer ser ator-cantor”.
Ele também destaca o comprometimento nos bastidores: “Recebem o texto com uma semana de antecedência e já chegam muito bem ensaiadas. Depois, finalizamos com ensaios presenciais. Divido essa etapa com minha assistente Bárbara”.
Desafios e paixão
Durante a conversa, Ariel ainda reflete sobre os desafios da carreira artística e a falta de oportunidades — um cenário que não se limita ao Brasil. “Essa escassez de trabalho também está na Broadway. A própria Meryl Streep disse recentemente: ‘Estou sem trabalho’. Por isso, é importante abrir o leque: atuar, dançar, pintar, escrever, maquiar, construir cenários. As artes cênicas precisam de múltiplos talentos”.
Ao final do episódio, ele responde perguntas dos fãs, como “como é o processo para chorar em cena” e “quais são os maiores desafios da profissão”.
O episódio vai ao ar às 21h30 no YouTube da TV Zyn e nas principais plataformas de áudio.
