Pestes a completar 40 anos, Frederico de Azevedo Aranha construiu uma carreira pouco convencional, e extremamente relevante, no universo das apostas e da educação sobre jogo responsável. Hoje, divide seu tempo entre produzir conteúdo informativo, oferecer suporte a jogadores e liderar iniciativas que visam desmistificar e conscientizar sobre os riscos do mercado de apostas e investimentos de alto risco.
“Eu não jogava, mas vivia a adrenalina do mercado cripto como quem aposta, não como quem investe”, relembra Fred, ao falar de sua antiga atuação como diretor de uma corretora de criptomoedas, a Bitson. Foi justamente ali, observando o comportamento dos usuários, que ele percebeu algo alarmante: muitos brasileiros não estavam investindo, mas sim apostando, e compulsivamente.
Essa descoberta foi o ponto de virada. Fred ingressou como diretor de marketing e depois operacional em grandes operações de cassino, como a Dual Beats, inclusive patrocinando o time de eSports Pain Gaming, até mergulhar de vez no estudo sobre ludopatia. “Quando percebi que o comportamento compulsivo do cassino era muito mais intenso que no mercado financeiro, pensei: isso aqui não é uma brincadeira.”
Sem se esconder atrás de cargos, Fred sempre deu o rosto a bater. Com coragem e ética, assumiu a missão de ajudar jogadores compulsivos e educar o público. Criou o grupo de apoio SOS Jogador, lançou um portal de notícias especializado e passou a produzir conteúdo diário nas redes, com destaque para o Instagram, onde soma mais de 75 mil seguidores. “Demorei anos para sair dos mil seguidores. Hoje batemos 75 mil. E com conteúdo que incomoda muita gente.”
Além da produção de conteúdo, Fred é também professor há quase uma década e conduz treinamentos nas maiores plataformas educacionais do mundo, abordando temas como infraestrutura, tecnologia e governança. Recentemente, viu seu projeto ser finalista do Biz Awards, como um dos três melhores na categoria de combate à ludopatia.
Atualmente morando na Letônia, após dirigir três operações na Europa, ele optou por se desligar das funções executivas e focar integralmente em sua missão pessoal. “Hoje vivo basicamente para produzir conteúdo, ajudar jogadores e fomentar uma mídia ética. Não tenho mais vontade de voltar para o cassino como executivo.”
Os desafios não foram poucos. Fred já enfrentou falências, dívidas, diagnósticos questionáveis sobre sua saúde mental e bloqueios de conteúdo por parte das redes sociais. “Perdi muito dinheiro empreendendo porque colocava o dinheiro em primeiro lugar. Hoje coloco o propósito.”
Com um time de oito pessoas, entre psicólogos e profissionais de conteúdo, ele comanda um verdadeiro ecossistema de mídia e apoio ao jogador. Ele montou tudo isso com o que ganhou como executivo. Agora, tudo que ganha é para pagar sua equipe.
E mesmo com conquistas relevantes, Fred não se considera “lá” ainda. “Tenho um ideal ousado. Quero transformar meu negócio em algo realmente grande. Sei do que sou capaz. Só preciso do investidor certo.”
Para ele, mais do que sucesso, é sobre consciência, propósito e impacto real. E isso ele já começou a transformar, um conteúdo por vez.
