Conforme abordado pelo advogado especializado em questões familiares, a violência doméstica acarreta danos significativos em diversos aspectos. Quando os filhos testemunham esses episódios, os efeitos podem perdurar por um período muito maior do que inicialmente imaginado, estabelecendo um ciclo prejudicial e amplificado. Se um filho, especialmente um menino, presencia um ato de violência, há o risco de normalizar esse comportamento e considerá-lo aceitável como padrão. Isso pode levar à reprodução desse comportamento em seus próprios relacionamentos, seja afetivo, escolar ou de amizade.
No caso das filhas, a exposição à violência pode levá-las a internalizar a ideia de que ser vítima é algo comum e aceitável em relacionamentos. Elas podem desenvolver a crença de que conflitos, ofensas e ferimentos são parte normal de um relacionamento, perpetuando esse padrão em suas vidas futuras. Assim, a violência doméstica não se restringe ao núcleo familiar imediato, mas pode envolver mais pessoas no ciclo de relacionamento desses filhos ao longo do tempo.
O advogado destaca a complexidade dessa situação e ressalta a necessidade de uma abordagem multidisciplinar. Enfrentar a violência doméstica requer não apenas medidas legais, mas também suporte psicológico e assistência social abrangente. Ele defende a implementação de políticas de conscientização nas escolas, em colaboração com organizações de defesa dos direitos das mulheres, crianças e adolescentes. O objetivo é proporcionar às crianças que testemunharam violência doméstica uma compreensão de que tal comportamento não é normal, é repudiado e possui consequências sérias.
Além dos impactos emocionais, a violência doméstica pode influenciar questões relacionadas à guarda e à convivência, podendo resultar na destruição de vínculos familiares. O advogado enfatiza que a violência doméstica é um mal que não afeta apenas a vítima direta, mas também todos os envolvidos no contexto familiar, gerando danos psicológicos duradouros.