Arlete Salles dá vida à personagem Santa Figueiredo, uma mulher em busca de diversões com novinhos na trama das 18h da TV Globo, ‘Além da Ilusão’. Autêntica e cheia de vitalidade, ela é mãe de Julinha (Alexandra Richter) e sogra de Constantino (Paulo Betti), com quem tem uma relação de gato e rato.
Após ficar viúva, Santa começou a viver a vida com o objetivo de torrar todo o dinheiro deixado pelo marido com novos companheiros a cada dia. Se isso já seria escandaloso hoje, imagina nos anos 1940?
Para a atriz, não ligar para o machismo e combatê-lo em qualquer época é muito importante. “Mas entendo que era um tempo mais difícil de identificá-lo, pois ainda não tínhamos toda essa consciência de hoje”, avalia Arlete, em entrevista exclusiva para Marcos Michalak na AnaMaria Digital.
A personagem acabou ficando noiva de Enrico (Marcos Veras), um jovem falido e bon vivant, que vive atrás de uma mulher rica para aplicar o golpe do baú. Na visão da atriz, histórias como a de Santa só fortalecem a ideia de que mulheres mais velhas não podem se relacionar com homens mais jovens. “Quando, na verdade, o amor não deveria estar nesta dependência”, avalia.
CORRE CORRE PARA FAZER NOVELA
Arlete Salles ainda relembra sua participação na novela ‘Lua Cheia de Amor’, de 1990, disponível no GloboPlay desde o final de maio. Na história, ela interpretou Quitéria, que era mulher de Jordão (Carlos Zara) e mãe de Olívia (Carol Machado). Odiava, porém, o próprio nome e gostava de ser chamada de Kika Jordão, como nas colunas sociais.
Laís (Susana Vieira) era seu maior exemplo, e realmente quem gostaria de ser. Tudo que a perua aprendeu de elegância e “finesse” foi em cursos, querendo entrar para a alta sociedade. “É o típico caso de nova rica sem senso de ridículo”, lembra Arlete.
Ela conta gravou a novela em condições bem extraordinárias, pois, na época, estava no elenco da peça de teatro “A Partilha”, ao lado de Susana Vieira, Natália do Vale e Thereza Piffer e, juntas, viajavam o mundo.
“Foi um momento muito rico e importante da minha carreira e, em meio disso tudo, chegou o convite da novela. Lembro de falar que só poderia gravar em alguns dias da semana – segunda, terça e quarta – e que, de quinta em diante, não era nem pra ligar pra mim. E fui fazer”, conta.
Ela afirma ter um grande carinho pela personagem. “A Kika fazia muito sucesso, mas eu nem percebia, pois ficava correndo de um lado e pro outro com o espetáculo, absolutamente envolvida com a nossa “Partilha”, e também envolvida com a Kika Jordão, mas envolvida só no plano profissional, porque eu não sabia na rua o que estava acontecendo, só depois qye percebi o sucesso que fazia com o público”, conta.