Em abril o Rio Grande do Sul foi surpreendido com uma chuva que durou mais de 10 dias e devastou grande parte do estado, deixando milhares de famílias desabrigadas e mobilizando o Brasil inteiro em uma enorme corrente do bem. Após três meses, os gaúchos ainda vivem as consequências da tragédia e buscam formas de reerguer as regiões afetadas, as suas casas e retomar a rotina. Com o desejo de somar forças e promover uma grande contribuição, a ideia surgiu com Xororó, que sensibilizado continuou buscando formas de ajudar os gaúchos por meio de seu trabalho com a música, e foi prontamente apoiada por seu irmão e parceiro de palco Chitãozinho. Na nova versão de “Direito de Viver”, a dupla reuniu músicos, artistas e celebridades brasileiras de diferentes estilos musicais e regiões do Brasil engajadas em destinar toda a receita líquida de direitos da música para o projeto Gerando Falcões. A canção foi lançada em todas as plataformas de áudio na última sexta, dia 26, e teve clipe inédito lançado na noite do último domingo no Fantástico. O videoclipe também estará disponível no Youtube nesta segunda, dia 29, a partir das 12h.
A música “Direito de viver” foi lançada pela dupla pela primeira vez em 1999 e tem uma mensagem de solidariedade, esperança e amor. A regravação ganha novo arranjo musical, que tem a produção assinada por Xororó, Felipe Vassão e Cláudio Paladini, com a participação de Chitãozinho na direção musical, e traz para a canção uma musicalidade mais pop. Além de Chitãozinho e Xororó, a canção soma as vozes mais potentes do país como Alcione, Alexandre Carlo, Andreas Kisser, Caetano Veloso, Chitãozinho e Xororó, Djavan, Fábio Jr, Fafá De Belém, Família Lima, Ferrugem, Gilberto Gil, Gisele Bündchen, Humberto Gessinger, Ivete Sangalo, Júnior, Luan Santana, Lucas Silveira, Ludmilla, Luísa Sonza, Lulu Santos, Michel Teló, Mumuzinho, Nando Reis, Ney Matogrosso, Paulo Miklos, Paulo Ricardo, Péricles, Renato Teixeira, Roberto Carlos, Sandy, Serginho Herval representando a banda Roupa Nova, Thiaguinho, Vitor Kley, Xuxa, Zé Ramalho e Zeca Pagodinho. Uma mistura musical que reúne artistas de diferentes estilos e regiões do país.
“Fizemos um show AMIGOS em que, ao lado de Leonardo e Zezé Di Camargo e Luciano destinamos 100% da renda para o Rio Grande do Sul, conseguimos uma ótima arrecadação, mas eu sentia que ainda poderia fazer mais. Eu assisti ao documentário “We Are The World” do Michael Jackson e Lionel Richie e pensei “é isso, é uma música!”. Os brasileiros adoram ajudar, quanto mais a gente tem, mais a gente gosta de ajudar…. Somos mais de 200 milhões de pessoas, se conseguirmos fazer um movimento em que as pessoas ouçam a música e ainda podem ajudar, por que não? A intenção é ajudar a reconstruir o Rio Grande do Sul, porque vai ser um processo demorado. Estou muito feliz por ter tantos amigos que aceitaram participar desse movimento tão especial”, explica o idealizador Xororó.
A união das vozes garantirá a continuidade dos trabalhos realizados pelo projeto Gerando Falcões no Rio Grande do Sul. A instituição é um ecossistema de desenvolvimento social que nasceu na favela, realizando serviços de educação, desenvolvimento econômico e cidadania em territórios de favela, além de projetos de urgência social. No estado gaúcho, eles atuam com doações de habitações de emergência, construção de infraestrutura em espaços de abrigos provisórios e entrega de itens de necessidades básicas.
“Eu acho que essa música mostrará que o Brasil, que os artistas todos, podem se unir e fazer muito mais, mudar tudo. Uma andorinha só, tem uma força menor, mas todo mundo junto muda a realidade. 100% das doações serão destinadas ao projeto Gerando Falcões, os músicos, os estúdios, todo mundo que trabalhou nesse projeto não recebeu nada… Doou seu tempo, seu trabalho, seu talento pelo bem do próximo. A gente agradece muito todo mundo por abraçarem essa causa com a gente”, completa Chitãozinho.
Ao ouvir a canção nas plataformas de áudio o público já estará, automaticamente, contribuindo para que os direitos autorais das canções sejam destinados ao Gerando Falcões. Além disso, toda a divulgação oficial da música acompanha um QRCODE que direciona as pessoas para o site “paraquemdoar”, onde elas podem realizar doações ao projeto também. Todas as arrecadações são auditadas para garantir a destinação correta à instituição. É uma forma segura de contribuir com quem mais precisa nesse momento.
Links Úteis:
www.somosriograndedosul.com.br
CONFIRA ASPAS ARTISTAS PARTICIPANTES EM “DIREITO DE VIVER”:
Alcione“Um projeto como esse mostra como o brasileiro é um povo solidário. Tem tudo a ver com a nossa gente, porque o brasileiro, ele é assim. Esse projeto se parece com o brasileiro. Então, nada mais simples do que a gente se envolver com esse povo do Rio Grande do Sul, que são nossos irmãos, nossa senhora. É coisa do Brasileiro”.
Alexandre Carlo (representando Natiruts)
“O Xororó falou que queria falar comigo, eu estava na van indo pro show e aí eu vi em alguma entrevista que ele morava em Campinas, me ligara com o DDD 19 eu não ia atender, eu falei “não, mas deve ser o Xororó”. Quando eu retornei a ligação e, de fato era ele fazendo esse convite maravilhoso, foi uma iniciativa incrível de unir os artistas de tantos segmentos em prol de uma causa tão bonita e a gente ficou muito feliz do segmento reggae estar representado por nós e dessa iniciativa e desse convite do Chitãozinho e do Xororó pra gente estar junto e aqui estou representando o reggae brasileiro. A música conforta, eu acho, a música ela não tem fronteiras, ela navega pelo ar, então ela pode chegar muito longe, então acho que é uma ferramenta muito importante tanto para ajudar na arrecadação, como para ajudar também no lado sentimental, e é uma música linda, né, uma música de esperança para que as pessoas possam ter um acalanto quando ouvirem a canção e terem esperança de construção do Rio Grande do Sul terem forças para continuar”.
Andreas Kisser
“Xororó me falou sobre a ideia de fazer e me sinto muito honrado de representar o heavy metal, a música mais pesada, que tem uma legião de fãs aqui no Brasil. O Xororó é muito sensível a isso, além da amizade que a gente tem, ele conhece o mundo do rock, sabe o que o Sepultura representa. Fiquei muito feliz que estamos no Brasil e deu pra vir fazer a gravação. Na equipe da banda temos alguns gaúchos, a gente fez vaquinha e o Mike, da nossa equipe, com o próprio carro fez as doações na região. Agora é pensar na reconstrução das estruturas, garantir que as pessoas possam voltar para suas casas, seguir a vida, viver um recomeço. A música é isso! Nós somos brasileiros e sinto muito feliz de representar o metal nesse projeto. Agradeço ao Chitão e ao Xororó pela iniciativa, por ter convidado tantos artistas fantásticos de diferentes estilos. A música une!”
Fábio Jr
“Tomara que as pessoas se emocionem como a gente se emocionou aqui gravando, não só aqui no Brasil, mas em todo lugar. A música fala muito de solidariedade, união, defende o direito de todo mundo ser feliz, eu falo muito isso nos shows “sejam felizes!”. Com todo mundo ajudando, a letra é tão perfeita “todo mundo tem direito de viver, o milagre vem de mim e de você”, vamos fazer muita diferença! É hora de reconstruir fisicamente uma casa, uma vida, reconstruir dentro de nós a esperança também”.
Fafá De Belém
“Um projeto como esse precisa ter verdade e esse tem, estamos falando da dor de um povo, de esperança. Quando Chitãozinho e Xororó me ligaram, eu disse “eu estou dentro, não importa nem o que é”, eles tem uma história muito forte, muita responsabilidade. Temos uma amizade que vem do amor, do carinho, da forma como vemos a música. Essa ideia deles chega em um momento tão importante, que as pessoas começam a esquecer, mas ainda falta muito pra ser reconstruído. Ver esse casting todo, esses artistas todos, é uma honra fazer parte. Esse projeto é para ajudar o Rio Grande do Sul, os nossos irmãos gaúchos, mas é de todo o Brasil. Nosso papel é relembrar o povo do sul o quanto eles são batalhadores, importantes no Brasil e o seu poder de reconstrução. Estamos todos juntos! Viva o Rio Grande do Sul! Hoje somos todos artistas do Rio Grande do Sul. Eu sou a Fafá do Rio Grande, cada um de nós é um pedaço do povo gaúcho que quer seguir em frente”.
Família Lima (representado por Lucas Lima)
“Desde que começou toda essa tragédia a gente tenta se abraçar em qualquer possibilidade, qualquer ação para ajudar. Quando o Xororó comentou comigo eu falei “conta com a gente para o que precisar”, porque passou o primeiro susto, mas agora começa a reconstrução. É muito bom ver uma ação acontecendo nesse momento em que todo mundo começa a esquecer o que aconteceu. Agora é a hora de reanimar esse movimento, diferente de antes que as soluções eram urgentes, mas agora pensar em soluções a longo prazo. Eu morei em Porto Alegre até os 16 anos, período importante da minha vida, vai ser sempre a minha casa. É muito difícil quem não é de lá entender o tamanho, são cenários que a gente passeava, brincava e ver tudo isso embaixo da água, de 5 metros embaixo da água, era algo impensável. Ver as imagens de lugares que eu cresci, de cidades que já fomos tocar, é impactante, triste. A música entra em ação quando a gente precisa, é afago, entretenimento, esperança, tem muitos papeis, e nesse momento ela junta todos nesse projeto. Convido todos a ouvir e a ajudar!”
Gilberto Gil
“Toda a tragédia, todas as dificuldades surgidas nessa situação nos emocionaram a todos, ao Brasil inteiro. Essa contribuição que estamos dando aqui é baseada na emoção da solidariedade, irmandade, de estarmos juntos, de sermos um. É essa união que nos reuniu e espero que além de alegria, a gente traga satisfação ao povo gaúcho. A solidariedade é uma das bases da condição humana, o fato de podermos viver juntos momentos felizes e os mais difíceis também. Hoje todo brasileiro é um pouco gaúcho, todos fomos tomados pelo sentimento profundo de solidariedade”.
Ivete Sangalo
“É um momento muito importante de reconstrução do Rio Grande do Sul e o papel da música, da arte, para esse povo. O papel da gente, como povo, como país, como pessoas e, acima de tudo, com esse potencial, através da voz da gente levar esse encantamento, essa atenção, trazer, jogar luz nessa situação, porque o Rio Grande do Sul é parte do nosso país, é uma parte importantíssima, de um povo muito forte, resiliente, que a gente ama e que, habitualmente, nos recebe sempre com muito carinho. Então, eu acho que estamos aqui unidos em prol de um movimento muito especial e muito valioso e muito necessário. E eu acho que a riqueza, nesse momento, da pluralidade de ritmos, artistas de diversas regiões, se unindo, eu acho que isso é. O povo brasileiro é um povo sensacional, e é baseado nessa energia do povo brasileiro que esse movimento está sendo também continuado, porque o povo brasileiro já se movimenta, já se movimentou, e essa corrente não pode parar, então que passamos cada um a sua parte e vai dar tudo certo, e eu espero que o Rio Grande do Sul se restabeleça o quanto antes, porque se faz muito necessário para nós todos. E para a gente dizer, ah, eu acho que tem muito chão pela frente para essa reconstrução física, e emocional, desse povo, e como é que a gente faz para manter essa chama acesa, com solidariedade, com doação, mas principalmente com empatia com esse povo? É empatia e, de fato, na prática, solidariedade. Tem muitas maneiras da gente ser solidário, né? É não deixar isso se apagar nas nossas cabeças, no nosso dia a dia. Cada um tem os seus corres, enfim, suas porções, mas isso é de tão grande importância e uma prioridade na vida de todos nós, porque é uma circunstância que poderia acontecer com qualquer um dos nossos estados ou comunidades, eu acho que a gente tem que estar engajado sim até que o Rio Grande do Sul esteja completamente restabelecido, estaremos juntos fortalecendo esse estado tão querido e nos fortalecendo através dele”.
Junior
“Eu fico muito honrado e feliz de participar, ao lado de de artistas tão importantes para a música brasileira, de mais um movimento para ajudar o Rio Grande do Sul, que dessa vez está sendo encabeçado pelo meu pai. Muito orgulhoso dele e do movimento que ele está fazendo”.
Luan Santana
“Eu sempre acreditei que a música tem que ir além dos palcos, além dos microfones. Eu acho que a música tem uma… Eu, na música, tenho uma missão muito importante. Eu sempre tive consciência disso. E eu acho que essas ações, essas coisas que a gente faz, que aquecem o coração da gente, é o que continua movendo a gente, né? São pessoas que são influenciadas pela nossa música, pelo nosso jeito de ser, e, então, doar a nossa imagem para causas assim é maravilhoso. A gente tem muitos fãs, muitos fãs no Rio Grande do Sul, muitos fã-clubes, que sempre acompanham a gente, sempre que a gente vai lá pro estado. E é impressionante ver o quanto o gaúcho tem amor pelo estado, tem amor pela terra dele, e é sempre muito emocionante pra gente que vai de fora, quando chega lá vira um pouco de gaúcho também, então hoje pode ter certeza que o meu coração é metade gaúcho, e toda a minha solidariedade, toda a minha torcida pro meu público gaúcho, e que bom, que privilégio que eu tenho de poder usar a minha voz pra contribuir um pouquinho”.
Lucas Silveira
“Fui no colo para Porto Alegre, aos três meses de idade, e vivi lá até os 22 anos. Meus familiares, os mais próximos, felizmente, não sofreram com grandes consequências, mas amigos próximos, amigos da música sim. Comecei a perguntar para as pessoas, dando referências de lugares, para saber “e esse lugar alagou?” e meu vizinho mostrou a casa que eu morei a minha casa embaixo da água. Isso nunca tinha acontecido! Eu morei 22 anos na mesma rua, no mesmo lugar e nunca tinha chegado nem perto disso. Desde que eu soube de tudo isso, desde o começo, já comecei a me movimentar e isso gerou até uma aproximação com artistas gaúchos. Nós, a Fresno, temos uma história com Chitãozinho e Xororó de mais de 15 anos, já fizemos muitos projetos juntos, quando eles convidaram aceitei na hora. Esse tipo de tragédia tira de nós o que temos de melhor e o que de pior também, traz esses dois lados muito fortes, quando existe uma situação que mexe muito com a gente, é mais fácil entendermos quem está pela gente, até na escolha dos representantes. A prevenção é muito melhor! No caso de Porto Alegre, que é a minha cidade, foi muito afetada por alagamentos, mas não teve uma questão de correnteza sair derrubando as coisas, como foi em outras cidades. Porto Alegre tem um sistemas de bombas, de dique, comportas, feitos há 60, 70 anos, aterros para segurar essas coisas, mas não estava em condições de uso, em condições de proteger a cidade e o prejuízo disso na vida das pessoas é inestimável. Vamos fazer campanhas e ações para arrecadar fundos para comida, para ajudar os animais, mas a questão estrutural precisamos do poder público”.
Ludmilla“Adorei receber esse convite do Xororó e estou muito feliz em participar desse projeto, usando a música como uma força para o bem. É uma honra para mim contribuir para uma causa tão importante e unir forças com outros artistas para fazer a diferença na vida de quem precisa.”
Michel Teló
“Estou aqui por um motivo muito especial, realmente um motivo importantíssimo, de urgência necessário para chamar a atenção das pessoas cada vez mais, da gente servir ao próximo. Eu acho que o que fala essa música justamente é isso, o nosso serviço ao próximo. Infelizmente, tudo que aconteceu no Rio Grande do Sul, eu vivi isso muito de perto, porque eu tenho familiares ali. Então, eu tenho tios que a casa foi destruída, a montanha desceu abaixo. Tenho primos que moram ali muito perto, que estão até hoje mobilizando. Então, eu vejo imagens no grupo da família, assim, de destruição, uma coisa… A gente não tem nem noção do que as pessoas têm vivido lá. Então, é mais uma forma linda de a gente se mobilizar e chamar a atenção das pessoas. Mostrar que não acabou, tudo que aconteceu lá tem muita coisa a ser feita ainda, então acho que essa música vem pra isso, pra chamar a atenção das pessoas novamente, não daquele momento que tava tudo alagado, mas agora ainda precisamos reconstruir, então eu fiquei muito feliz com o convite, me senti muito honrado, eu me arrepio porque eu fiquei muito feliz, Xororó me ligou, fiquei emocionado de poder participar de uma canção tão bonita, de poder estar de alguma maneira ajudando, servindo também através da nossa música.É uma música que todo mundo que tá fazendo ela, todos que estão gravando, que estão cantando, os direitos autorais, todo mundo está doando isso, então é importante as pessoas saberem que toda a sua doação. E esse dinheiro, se a gente pensar que 30 milhões de pessoas ouvirem, por esse dinheiro já é um dinheiro grande, que a gente pode ajudar mais pessoas lá no Rio Grande do Sul. Então é importante que as pessoas pensem, cara, eu vou dar play nessa música, é uma música linda, é uma mensagem ainda, vou ouvir ela porque eu vou estar ajudando alguém. Então, às vezes, as pessoas têm esse pensamento, ah, é barato, não vai fazer diferença, mas é dessa pessoa que junta com milhões de pessoas que faz a diferença”.
Mumuzinho
“Eu acho que agora é o fato de a gente estar junto e pra todos os momentos que possam vir. Porque eu acho que a gente se depara ainda com uma tristeza que a gente não sabe se vai ter fim, né? Então a gente tem que estar atento. Eu acho que essa iniciativa de estarmos aqui hoje e chamar todos os artistas pra fazer esse movimento, pra fazer essa ação, eu acho importantíssimo. Que a gente fica com os olhos, a gente fica com o coração atento para o que acontecer lá.Então esse movimento, essa ação, esse momento aqui hoje, é o momento que a gente possa estar mais junto e passar uma energia boa para essas pessoas que perderam tudo”
Nando Reis“Um convite de Xororó não é nenhum convite, é uma ordem, né? E o propósito é incrível, é uma coisa que a gente tem, é nossa categoria, nossa classe, né? E a nossa profissão, a nossa música, a música presta isso e é uma boa aliada para despertar os sentimentos nobres nas pessoas, e no caso disso, da solidariedade, da empatia, enfim, diante dela. Essa tragédia. Então, evidentemente, quando fui convidado, aceitei de pronto. A gente pode trazer lembranças lá daquele grande marco que foi o We Are The World, né? Então agora a gente tá fazendo esse, Chitãozinho e Xororó estão fazendo esse projeto, combinando vários artistas. Esse formato de unir vozes, de mostrar pluralidade, o sentido coletivo de que causas como essa tem que despertar para a gente quebrar a ideia do individualismo, que é o que mais se vê hoje em dia. Com tudo isso que o Rio Grande do Sul está vivendo, me marcou muito a dor e o sofrimento de tantas pessoas que foram vitimadas por uma tragédia de um evento extremamente biológico, mas cuja grande responsabilidade é a incúria e o negacionismo. Então a gente fica chocado porque muita coisa, o estado poderia ter sido muito melhor e, infelizmente, as pessoas só se dão conta disso depois do ocorrido. Espero que sirva como um alerta para uma questão tão evidente, tão grave, mas com o tempo”.
Paulo Miklos
“Foi muito chocante acompanhar as imagens, os lugares que eu amo, em Porto Alegre, no interior do Rio Grande do Sul, lugares que eu já toquei, que eu já visitei, gente que eu conheço, e imaginar que essa gente está sofrendo. Eu acho que essa iniciativa do Chitãozinho e Xororó vem agora no momento certo, pra gente se unir, assim como o Brasil todo tá unido, né, em prol do Rio Grande do Sul. Essa canção, ela ultrapassa a própria tragédia, a coisa em si, mas ela fala mais do que isso, o “Direito de viver” o direito de ser feliz. Então é uma canção muito tocante que eu acho que tem tudo a ver nesse momento. É um Brasil que a gente deseja e que a gente tem que construir. Reconstruir o Rio Grande do Sul com toda a pujança, com todo o vigor que tem o Estado e os gaúchos querido”.
Paulo Ricardo
“O que aconteceu no Rio Grande do Sul foi uma tragédia mundial, uma coisa sem precedentes num estado inteiro ficar atingido, submerso daquela forma. E eu acho que todo mundo se perguntou, sobretudo os brasileiros, de que forma a gente podia ajudar. Nós, artistas que trabalhamos viajando pelo Brasil inteiro, conhecemos aquilo tudo e… ou estivemos lá há pouco tempo, ou tínhamos alguma coisa marcada pra voltar, e é pessoal, né? Que parte daquilo tudo, e cada um dentro da sua possibilidade, desde então, né, já tem algum tempo, vem procurando ajudar da forma que pode. Quando recebi o convite do Xororó eu percebi a dimensão que isso realmente deveria ter a possibilidade de se reunir um elenco de peso de todos os gêneros da música popular brasileira e fiquei muito honrado de fazer parte disso. Então, uma constelação de alegria, de gratificação de poder ajudar, fazendo o que a gente gosta, de poder também provocar esse encontro, a gente raramente se encontra no dia a dia. Fiquei muito feliz, quando eu vi a música, fiquei muito emocionado e tô ansioso, tô ansioso com o resultado”.
Péricles
“O que eu posso dizer da música é que eu nunca ouvi algo tão atual, já é uma música que já tem mais de 25 anos, eu fiquei assustado porque eu já conhecia a música, mas eu constatei que ela hoje diz coisas que é como se fosse uma premonição do que a gente poderia estar vivendo há 25 anos atrás. E eu espero que a semente seja plantada para que a gente construa de fato um país melhor, um mundo melhor. Eu aprendi que a gente tem que contribuir, tem que compartilhar amor e respeito. Se a gente ama a nós mesmos, se a gente ama o nosso irmão, por que não contribuir para esse irmão estar numa situação melhor? A gente vê que o brasileiro é muito solidário num momento como esse. Ele ajuda, de fato, ele não ajuda como alguém que quer se livrar de um problema. O brasileiro tem isso de bom e a gente tem que fazer com que isso seja cada vez mais cultivado para a gente ter esse país melhor, que a gente tanto sonha”.
Renato Teixeira
“Foi uma tragédia muito grande e a gente não pode esquecer. Esse negócio que você esquecer logo é um perigo. Vai demorar para reconstruir muito porque em outros locais a gente viu o tempo que durou. Então nesses próximos 20, 25 anos a música está valendo. Eu tenho uma relação deliciosa com o Rio Grande do Sul. Eu tenho parceiros gaúchos, Luiz Coronel, tem o Yamandu, que eu faço muitas músicas com ele. Eu também participei de uma homenagem ao Teixeirinha, que não é meu parente, infelizmente podia ser. E tenho uma ligação muito grande, conheço muito a música gaúcha e adoro o Rio Grande Sul, adoro a Porto Alegre, enfim, é uma ligação afetiva, de amor, de brasileiro para brasileiro. Simbolicamente o que mais me marcou nessa tragédia foi o que aconteceu com o aeroporto. Aquela água invadindo aquilo, me cortou o coração, a pista toda inundada, porque era lá que eu chegava no Rio Grande, entendeu? E no Rio Grande de Zé Gomes, que foi um parceiro querido, um mestre da música, que me ajudou muito na minha carreira. Enfim, Seu Cardone, que era um vizinho meu em Taubaté, que me ensinou muitas coisas, me ensinou a jogar sinuca, me mostrou o sotaque dos gaúchos, entendeu? Então era no aeroporto que eu chegava, o aeroporto pra mim era um memorial, sabe? Então agora felizmente eu vi pelas imagens que o aeroporto está recuperado. Eu me emociono muito com isso. Essa tragédia me tocou muito. Por isso que eu estou participando dessa canção de coração aberto, assim, entendeu? Feliz da vida”.
Sandy
Participar deste projeto é duplamente especial pra mim. A causa, em si, já me faria dizer “sim” na hora, pelos mesmos motivos que me fizeram ajudar o Rio Grande do Sul de outras formas. E, sendo idealizado pelo meu pai, só aumentou meu orgulho de fazer parte deste lindo movimento e ao lado de artistas que tanto admiro e respeito. Espero que mais pessoas se sensibilizem por meio da música, da arte… Que todos se lembrem que ainda há inúmeras formas de ajudar! Cada um da sua maneira. Assim, seguimos numa linda corrente de mobilização em prol dos nossos irmãos, que ainda vão precisar de nossa ajuda por um bom tempo para a reconstrução de seus lares.
Serginho – Representando a banda Roupa Nova
“Eu acho que a responsabilidade é muito grande, não só minha, mas como de todos os envolvidos nesse projeto. A iniciativa do Xororó foi, assim, fabulosa. Eu acho que nós, artistas, por mais que a gente tente fazer alguma coisa, se a gente não unir força, a gente não consegue. O Xororó sozinho, não iria conseguir. Então, o conhecimento dele, o carinho que ele tem por todo mundo, e nós também temos por ele, facilita um pouco esse convite, essa união, em prol de uma causa bastante nobre e necessária. Eu fui convidado por ele, eu estou representando o Roupa, porque tem várias bandas, tem vários membros de banda também. Ele adora o Roupa Nova, o Roupa Nova adora ele. A gente tinha dois shows no Teatro Araujo Viana, na semana que antecedeu a tragédia. Então, foi um baque muito grande pra gente, porque a gente falou, gente, o que eu tô vendo aqui, eu não volto tão cedo a Porto Alegre esse show, vai ficar adiado, e foi adiado para agosto agora, mas eu não sei nem quando vai ser, porque seria muito egoísta da minha parte como artista, queria que as pessoas estejam lá comemorando. Eu acho que tem que ter uma confraternização na hora que tudo estiver ok, eu acho que a gente tem que ir pra lá mesmo, tem que comemorar o fato deles terem reerguido a cidade, ter reconstruído a cidade e a gente quer fazer parte disso. Por isso que eu tô aqui nesse projeto, que isso é em prol da reconstrução de Porto Alegre, um estado tão importante como você mesma disse, que sempre nos acolheu com muito carinho e com muito amor, e a gente pretende devolver isso o mais breve possível e tá devolvendo agora em forma desse projeto”.
Thiaguinho
“Receber um convite de Chitãozinho e Xororó para fazer qualquer coisa que eu estou dentro, ainda mais uma situação tão especial quanto essa e tão nobre para um estado que eu amo muito, que é o Rio Grande do Sul e que necessita desse momento da gente, não só da gente, de todos, estou muito feliz com o engajamento do povo brasileiro para ajudar o Rio Grande do Sul, que necessita de ajuda não só agora, mas vai precisar de ajuda durante muito tempo. Acho que esse é um projeto bonito, é um projeto que tem esse pensamento de ajudar as pessoas a longo prazo, de não ser só uma música e sim um projeto de levar adiante. Isso, então me sinto feliz, honrado, tudo que tem me chamado pra participar eu tenho aceitado, porque realmente é uma situação bem delicada. São muitas imagens que marcaram essa tragédia, durante muito tempo a gente viu coisas tristes passando, eu que tenho amigos gaúchos, muitos amigos gaúchos. A gente sabe o que mais importa que é o sentimento, mas ver pessoas perdendo suas casas, principalmente perdendo suas histórias, perdendo fotografias, perdendo momentos importantes da vida registrados, é algo que mexeu bastante comigo. E eu tenho certeza que o Rio Grande do Sul é um estado aguerrido pra caramba Eu tenho uma ligação muito forte com o Rio Grande do Sul, sei o quão guerreiro o povo é, historicamente inclusive E que vai passar por essa, mas é triste. Então agora todo mundo pode ajudar, vocês estão fazendo a parte deles. Esse é um momento legal de demonstrar isso E o povo brasileiro tem isso no meu coração, eu sinto , o povo brasileiro se ajuda, o povo brasileiro se ama. Sinto que o povo brasileiro já se emocionou e se sensibilizou com a situação, é notório E que isso só prossiga, que eles possam ver o nosso coração entregando isso com a alma E que possa. Tocar o coração de outras pessoas também, que a gente possa seguir se ajudando e fazendo com que o Grande do Sul possa se reerguer o mais rápido possível”.
Vitor Kley
“Confesso que o coração fica batendo diferente neste projeto, cheio de artistas que eu admiro, e ao mesmo tempo com um propósito tão grandioso. Quando a gente usa a arte como meio de ajudar as pessoas que estão sem nada, eu vejo a missão da arte da música. Quando o Xororó começou a me explicar a ideia, eu já disse “cara, não importa o que seja, eu estarei junto”. Gravando a música eu lembrei dos meus amigos no Rio Grande do Sul, é uma coisa que mexe muito com a gente. A gente faz com alegria, mas ao mesmo tempo uma dor, uma raiva, tentei colocar a minha marca na música de forma verdadeira. A minha família conseguiu sair de Porto Alegre no começo da tragédia, mas temos uma pessoa muito especial, que me ajudou a me criar, que eu, meu irmão, minha família toda estamos ajudando da maneira como a gente pode. Tenho muitos amigos que estiveram na linha de frente, nos barcos, jet ski, fazendo lanches nos abrigos. Eles me contam coisas que são muito piores do que a gente consegue saber aqui. Tudo o que pudermos doar e ajudar agora e por mais anos, é importante para a minha gente”.
Xuxa
“Participar de algo tão grandioso e lindo mexeu comigo. Primeiro por causa da responsabilidade, depois o objetivo: ajudar o meu Sul. Sentir a emoção e a dedicação do Xororó e todos envolvidos foi mágico e dando a certeza de que já deu muito certo.Já está na história da música do Brasil esse encontro de almas e corações pra fazer o bem.”
Zé Ramalho
“Já é a segunda vez que eu tô em casa, o telefone toca e é o Xororó ligando. Da primeira vez há uns 15 anos atrás, mais ou menos, o telefone tocou, era ele me convidando para gravar Sinônimos. E foi uma pedrada. Nós nos encontramos em São Paulo, fizemos uma gravação que essa música tornou-se um clássico e eu esperei uns dois anos depois da gravação que eu fiz com ele e passei a apresentar essa música nos meus shows. Essa segunda vez que eles ligaram pra mim agora foi o Xororó mais uma vez, dizendo, falando desse projeto para ajudar o Rio Grande. E prontamente eu fiquei disponível. Se eu tivesse algum compromisso, talvez eu até cancelasse para estar aqui ajudando através dessa canção tão linda que ele trouxe para os artistas gravarem. Eu espero que tudo dê certo, que o pensamento positivo é muito importante. O sofrimento existe e é necessário também uma energia muito forte, positiva, boa para encorajar todo mundo”.
Zeca Pagodinho
“A importância desse projeto é ajudar os nossos irmãos que estão precisando e é muito importante porque todo mundo vem. O próprio Xororó me ligou, eu já conheço Chitãozinho e Xororó há muito tempo, já fizemos várias coisas. Fiquei muito feliz”.