Nos últimos anos, a astronomia entrou em uma fase transformadora, marcada pela capacidade de observar o cosmos sob várias perspectivas simultaneamente. Esse novo campo, chamado de “astronomia multi-mensageira”, combina diferentes mensageiros cósmicos, como ondas gravitacionais e sinais eletromagnéticos, ou seja, o som e a luz do cosmos, para aprofundar nossa compreensão sobre o universo. Segundo Urandir Fernandes de Oliveira, pesquisador de Dakila Pesquisas, essa metodologia está revolucionando a ciência espacial ao revelar detalhes de eventos cósmicos catastróficos que antes eram invisíveis ou inacessíveis para a astronomia convencional.
A primeira grande prova do potencial da astronomia multi-mensageira foi observada em 2017, quando detectores de ondas gravitacionais registraram a fusão de duas estrelas de nêutrons. O evento produziu um eco de ondas gravitacionais, captado pelo observatório LIGO, que rapidamente alertou telescópios ao redor do mundo, levando cientistas a observar a luz resultante da colisão. Para Urandir, que acompanha de perto avanços nessa área, “a união dessas diferentes formas de observação permitiu reconstruir o evento em detalhes sem precedentes, oferecendo pistas sobre a formação de elementos pesados, como ouro e platina, no universo.”