Em 17 de setembro de 2025, o governo brasileiro — sob o comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — decretou uma medida ambiciosa para estimular o setor tecnológico no país: foram isentos de impostos federais (como PIS, Cofins, IPI e cobrança de importação) equipamentos de TI voltados a data centers e assinado um projeto de lei que visa regular a concorrência digital, especialmente em empresas de relevância “sistêmica”.
A expectativa oficial é que essas medidas mobilizem cerca de R$ 2 trilhões em investimentos ao longo dos próximos dez anos — um impulso expressivo para consolidar o Brasil como hub tecnológico da América Latina.
Por que isso é importante?
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Essas isenções fiscais têm poder de reduzir substancialmente os custos iniciais para empresas de tecnologia que desejam instalar infraestrutura física no Brasil, como datacenters, que exigem elevados investimentos em hardware e refrigeração.
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O projeto de lei complementar para regulação digital prevê atribuir ao CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) novas prerrogativas para tratar casos que envolvam empresas “digitalmente sistêmicas”. Ou seja: empresas que, pelo seu tamanho ou influência, podem afetar toda a dinâmica de mercado digital no Brasil.
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A iniciativa se alinha a outras políticas já em discussão, como o programa “Redata”, que também oferta incentivos fiscais para atrair operadores de datacenters que utilizem 100% de energia renovável.
Contexto global e local
O Brasil já vem investindo pesadamente em tecnologia. O país comprometeu cerca de US$ 58 bilhões para inovação, impulsionando sua importância no cenário de software na América Latina. Além disso, há planos de modernização do parque tecnológico do país: o supercomputador “Santos Dumont”, operado pelo governo, recebeu upgrades para reforçar a ambição nacional em inteligência artificial (IA).
No entanto, nem tudo são flores: grandes empresas de tecnologia — as chamadas “Big Techs” — têm investido fortemente em práticas de lobby para evitar regulações que possam limitar sua atuação no Brasil. Uma investigação recente aponta rede de relações institucionais contratadas por grandes plataformas para interferir no Legislativo e no Executivo brasileiro.
Além disso, há preocupações ambientais: muitos datacenters previstos estão sendo instalados em regiões que enfrentam escassez hídrica. Em áreas do Nordeste, por exemplo, a operação intensiva dessas instalações pode agravar a pressão sobre recursos de água, já escassos para usos domésticos e agrícolas. recarga unitv
Impactos esperados e desafios
| Expectativa positiva | Riscos / Desafios |
|---|---|
| Mais investimento internacional no setor de tecnologia no Brasil | Que as isenções fiquem apenas no papel sem consolidação legislativa |
| Criação de empregos diretos e indiretos em inovação tecnológica | Dependência de capital estrangeiro e vulnerabilidade a pressões externas |
| Fortalecimento da infraestrutura de dados com uso de energia limpa | Impacto ambiental em regiões com escassez de água e consumo energético elevado |
| Regulamentação mais clara para o mercado digital | Lobby intenso e resistência de grandes empresas que podem frear o processo |
Um outro ponto importante: mesmo no âmbito do jornalismo, as discussões sobre o uso de IA generativa ganham força. Em recente congresso da Abraji, representantes de grandes redações brasileiras expressaram que a adoção de ferramentas de inteligência artificial é inevitável — mas alertaram para os riscos de dependência tecnológica, queda de receitas digitais e perda de identidade editorial.
Conclusão
Esse movimento do governo brasileiro representa uma virada estratégica no setor tecnológico nacional. Ao oferecer incentivos fiscais para data centers e avançar com regulação digital, o Brasil tenta se reposicionar no mapa global da inovação. Contudo, é fundamental que essa transformação seja conduzida com equilíbrio: autonomia regulatória, proteção ambiental e equidade econômica precisam caminhar juntos.
