
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou nesta quarta-feira (9/10) uma nota oficial exaltando um suposto “avanço na transparência da arbitragem”, informando que agora estaria autorizada pela FIFA a liberar áudios e vídeos do VAR mesmo em lances sem revisão no monitor, conhecidos como “lances sem revisão protocolar”.
No entanto, especialistas e analistas do futebol apontam que não há novidade real. Até a 9ª rodada do Campeonato Brasileiro, a própria CBF já disponibilizava os áudios de decisões do VAR sem a necessidade de revisão em campo. Paulo Caravina, criador de conteúdo sobre arbitragem e responsável pelo perfil “Sou do Apito”, destacou nas redes sociais que a prática não é inédita.
Transparência em questão
Nos bastidores, dirigentes e ex-membros da comissão de arbitragem classificam o anúncio como “encenação”. A medida surge em um momento de pressão sobre a CBF, após erros de arbitragem e críticas constantes de clubes e torcedores.
Rodrigo Cintra, presidente da Comissão de Arbitragem, apresentou a iniciativa à cúpula da entidade como uma “conquista histórica”. Críticos lembram que o dirigente já havia sido questionado por divulgar dados controversos, como a suposta “taxa de acerto de 99%” da arbitragem brasileira, contestada por ex-árbitros e especialistas.
Medida já existente
A liberação pública de áudios do VAR não é novidade: o formato já havia sido implementado na gestão de Wilson Seneme, ex-presidente da Comissão de Arbitragem, que instituíra a publicação semanal no site da CBF. A prática se manteve até ser temporariamente suspensa durante o Brasileirão, em meio a críticas e pressões políticas. Agora, a CBF apresenta a medida antiga como se fosse uma inovação aprovada pela FIFA.
Questionamentos permanecem
Apesar do tom elogioso da nota oficial, parte do meio futebolístico segue cética. Nos bastidores, a pergunta que circula é clara: quem a CBF acredita estar convencendo com a suposta “novidade”? A medida, para muitos, reforça mais um movimento de marketing do que um verdadeiro avanço na arbitragem.









