A trajetória de Bruderr começou em 2018, quando ela decidiu se expressar através das redes sociais. Natural do interior de Sorocaba, apaixonada por dança, música e atuação, encontrou nas redes um palco para sua criatividade. As primeiras parcerias com comércios locais mostraram seu potencial como influenciadora, levando-a a explorar plataformas como Instagram, TikTok e Kwai. “Comecei a fazer vídeos, criar bordões e mostrar o que eu gostava. Foi ali que as pessoas começaram a lembrar de mim.”
Sua expansão veio com o envolvimento nas chamadas “mansões”, como a Mansão Maromba, onde conviveu com criadores de conteúdo e artistas. A experiência foi o primeiro passo para sua aproximação definitiva com a música, e ela passou por produtoras como Love Funk e GR6, onde recebeu incentivo de nomes importantes para seguir na carreira artística. Mesmo sem fechar um contrato definitivo, encontrou apoio em um reconhecimento de seu esforço para desenvolver sua identidade musical. “Sempre gostei de cantar, e ali percebi que era isso que eu queria.”
Apesar das portas que se abriram, Bruderr enfrentou quedas severas, como contas bloqueadas, perdas de seguidores e desmotivação. Ainda assim, ela nunca parou. Enquanto enfrentava instabilidades digitais, formou-se em Direito, conciliando a rotina da faculdade com noites em estúdio. “Eu saía da faculdade para São Paulo e ía direto para a gravação. Eu dormia no carro depois de gravar, mas consegui terminar meu curso e seguir em frente.”
Com a mudança definitiva para São Paulo, Bruderr começou a estruturar sua própria equipe, e a profissionalização marcou o início de uma nova fase. Em 2024, lançou seu primeiro álbum e passou a focar no PHONK, gênero que marca a uma convergência de funk e mandelão, e simboliza a maior identificação da cantora. “Antes eu fazia tudo sozinha: assessoria, vídeos, música. O beat com a minha voz me deu vontade de fazer show, de cantar com verdade.”
Hoje, aos 25 anos, Bruderr aposta no funk como caminho de afirmação cultural e busca inovações, misturando elementos de hip hop, trap e eletrônico, e sonhando com colaborações com DJs para ampliar sua presença e sua figura de artista que representa a maior parte da persona que montou ao longo dos anos, onde começou como influenciadora e passou a ter a própria visão, voz e identidade na cena da música. “O que falta agora são feats estratégicos. A galera do funk precisa se misturar mais, pois o som tem que ter vozes, colabs, já que o beat já tem mais de 10 elementos.”
Apesar das barreiras, Bruderr mantém a fé no tempo certo e no poder da autenticidade. Com um time fiel, a força e incentivo de sua mãe que sempre esteve ao seu lado e uma comunidade que a acompanha, ela segue determinada. “Meu maior orgulho é ter acreditado em mim quando ninguém mais acreditava e eu sabia que independente do acontecesse, algo dentro de mim precisava continuar. A nossa vida é como tijolinho, um por um, com argamassa firme, porque eu sei aonde meus pés vão me levar.”
