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Divina Valéria faz show único em São Paulo, para celebrar 80 anos de vida e 60 de carreira

Primeira cantora trans a gravar um disco no Brasil (Valéria, Travesti, 1966), Divina Valéria apresentará, no dia 17 de dezembro, às 21h, no Espaço Parlapatões, um show exclusivo e intimista chamado “Músicas e Memórias“, acompanhada ao piano pelo maestro Tadeu Arrais. Ela vai lembrar de suas memórias com artistas como Roberto CarlosAntonio Bandeiras e Fafá de Belém, além de cantar as músicas mais marcantes do seu repertório como MolamboFalando SérioE Por Falar Em SaudadeSegredoSoy lo Prohibido e Non, Je Ne Regrette Rien.  Com direção-geral de Luh Maza, “Músicas e Memórias” terá participações especiais dos atores Thiago Mendonça e Paula Cohen e, contará também com a performer Gretta Starr e uma emocionante participação de Divina Núbia,  como Rogéria, uma das melhores amigas de Divina Valéria. Toda renda será revertida para a artista que aos 80 anos se vê na situação de instabilidade econômica, que é a realidade da maior parte dos artistas independentes e mais velhos do Brasil. 

Divina Valéria tem feito uma carreira brilhante desde sua estreia em 1964, seja como cantora em shows pelo mundo ou mais recentemente como atriz no cinema nacional. No país que mais mata travestis e pessoas trans, segundo dados da  Associação Nacional de Travestis e Transexuais – ANTRA, e em que a estimativa de vida da população trans chega a 35 anos, comemorar 80 anos de vida e 60 de carreira é uma declaração de resistência e amor à arte, à diversidade e melhor idade.

Ficha técnica:
Divina Valéria – Músicas e Memórias
Cantora: Divina Valéria
Piano: Maestro Tadeu Arrais
Participações especiais:: Gretta Star, Paula Cohen e Thiago Mendonça
Divina Núbia como Rogéria
Técnico de som: Sergio Basseti
Técnica de luz: Julye Rocha
Fotos de divulgação: Luciana Zacarias 
Fotos de cena: Leandro Silva
Assessoria de imprensa: Sevilha Comunicação
Colaboração: Régis Rabello 
Direção-geral: Luh Maza

Serviço:
Divina Valéria – Músicas e MemóriasData: 17/12/2024 (única apresentação)
Horário: 21h
Local: Espaço Parlapatões
Endereço: Praça Franklin Roosevelt, 158 – Consolação
Lotação: 96 lugares
Ingressos: R$ 100,00 e R$ 50,00 (meia para estudantes, professores, idosos e pessoas trans)
Já à venda na bilheteria do Espaço Parlapatões e pelo Sympla
Link dos Ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/101056/d/290383/s/1979610?share_id=1-copiarlink 

Sobre Divina Valéria:
Retratada no documentário Divinas Divas (2016), de Leandra Leal, Divina Valéria é uma pioneira cantora e atriz trans. Quando criança ganhou concursos de rádio e estreou profissionalmente em 1964 em plena ditadura militar brasileira. Integrou o primeiro grande espetáculo nacional com mulheres trans e travestis: Les Girls (1964), e pela gravadora Mocambo, lançou um compacto que é o primeiro disco de uma cantora trans no Brasil: Valéria, Travesti (1966).
Na sequência, Valéria iniciou uma carreira internacional com a maior casa de shows de travestis do mundo: Le Carrousel de Paris, fazendo sucesso por toda Europa, América Latina e até na Ásia. Nos anos 1970 se tornou uma estrela do showbusiness brasileiro estrelando matérias nos jornais e lotando shows ao lado de mestres da música como Luís Carlos Miele, Augusto César Vanucci e Ronaldo Bôscoli. Foi nesta época que foi imortalizada em pintura de seu amigo Di Cavalcanti.
Com sua voz, Divina Valéria superou preconceitos e levou sua arte para o mundo todo. Mas nem sempre o céu foi iluminado para essa estrela. Seu maior sonho na juventude era o de aparecer na televisão brasileira, o que era proibido pela censura. Só em 1986 ela participou de um programa nacional, simplesmente o de Hebe Camargo. Já em 2022, Divina Valéria interpretou a si mesma na novela das 9 da Rede Globo: Travessia. O sucesso foi tanto que ela ficou até o final.
Nas décadas mais recentes, além de seus shows, Divina Valéria pôde ser vista nos cinemas, com destaque para o documentário Divinas Divas (2016), de Leandra Leal, que reuniu 8 artistas trans pioneiras e amigas de Valéria como Rogéria, Jane di Castro e Eloína, que com Divina Valéria, são as únicas remanescentes. Na ficção, atuou em filmes como Cidade Baixa (2005), de Sérgio Machado,  e chegou a receber o prêmio máximo do cinema brasileiro: o Kikito do Festival de Gramado, por Marie (2019), de Leo Tabosa. Em 2024, Divina Valéria estreou os filmes Insubmissas (Nada Somos), de Luh Maza e Cavalo Marinho, de Leo Tabosa, além do espetáculo musical Divina Valéria 80 – O Show Biográfico no SESC Pompeia.

Thiaggo Camilo - @thiaggocamilo

Jornalista e assessor de imprensa. Foi jurado do quadro musical do programa Mais Show com Danny Pink na Rede Vida. Colunista do Tô Na Fama!, portal parceiro de conteúdo do IG. Atualmente está a frente da sua agência de comunicação e licenciamento. Instagram e Twitter @thiaggocamilo
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