
Celebridades do esporte, da música e do entretenimento estão apostando seus investimentos em criptomoedas, NFTs e fintechs como forma de investir com propósito, inovar e se conectar com o público — moldando, assim, o futuro das finanças digitais.
Há uma mudança silenciosa, mas profunda, acontecendo no mundo dos investimentos. Mas sabe o que é mais interessante: ela tem um rosto conhecido. Atrizes, cantores, atletas e influenciadores estão reposicionando seu capital longe das rotas tradicionais e apostando na digitalização das finanças. Não é raro, por exemplo, ver uma celebridade comentando sobre o valor do bitcoin com a mesma naturalidade com que fala sobre sua próxima turnê ou lançamento.
A diversificação do portfólio dessas figuras públicas acompanha o movimento da economia global, que passa por um processo de reconfiguração acelerada. Em vez de focar exclusivamente em imóveis, ações ou marcas próprias, celebridades estão cada vez mais comprometidas com ativos digitais como criptomoedas, NFTs e startups financeiras.
O perfil desse novo investidor digital é curioso, inquieto e aberto à inovação. Ele valoriza autonomia, está disposto a testar novas soluções e prefere plataformas ágeis e menos burocráticas. Para muitos famosos, esse tipo de investimento também oferece mais controle sobre suas finanças e a possibilidade de se conectar diretamente com causas, projetos ou tecnologias com as quais se identificam.
Celebridades que estão de olho nas criptomoedas
O surgimento do bitcoin em 2009 parecia, à época, um experimento de nicho. Hoje, está na carteira de investimentos de personalidades globais. O rapper Snoop Dogg, por exemplo, é conhecido não apenas pelo carisma e carreira musical, mas também pelo interesse em bitcoin e Ethereum. Elon Musk, além de defender o Dogecoin, tem usado sua posição para influenciar discussões sobre a regulamentação do setor de investimentos.
No Brasil, o youtuber Felipe Neto e o empresário Roberto Justus são alguns dos que assumiram pública e estrategicamente suas apostas em criptomoedas como investimentos. Serena Williams, sempre à frente, incluiu startups de blockchain em sua carteira e tem se posicionado como uma voz em favor da inclusão financeira via tecnologia.
Investimentos em NFTs: o novo colecionável das celebridades
No universo das artes digitais, os NFTs se tornaram o equivalente moderno de um quadro exclusivo ou uma obra de arte rara. O que difere é que esses “itens” existem apenas no ambiente digital, sustentados pela tecnologia blockchain. E isso não impediu Neymar Jr. de desembolsar valores milionários para adquirir dois Bored Apes. Justin Bieber também está nesse seleto grupo.
Outras figuras, como Paris Hilton e Lindsay Lohan, viram nos NFTs uma forma de expandir sua imagem de marca. A cantora Madonna e o ator Anthony Hopkins também criaram e venderam suas próprias coleções, reforçando a convergência entre cultura pop, tecnologia e mercado.
Fintechs: uma ponte entre celebridade e inovação
Se o dinheiro mudou, os meios de movimentá-lo também mudaram. Celebridades mais atentas perceberam isso cedo. Ashton Kutcher, por exemplo, fundou a A-Grade Investments e se tornou um investidor frequente em soluções tecnológicas, incluindo plataformas que integram criptoativos e serviços financeiros.
Jay-Z e Serena Williams também estão ligados a projetos que incentivam a educação financeira e o acesso a serviços bancários digitais. No Brasil, Anitta chamou a atenção ao assumir papel de conselheira no Nubank e, mais recentemente, ao se tornar embaixadora do Mercado Pago. A escolha dessas alianças não é aleatória: ela sinaliza uma compreensão clara de para onde caminham as tendências.
Por que os famosos se interessam tanto por ativos digitais?
Há alguns motivos centrais que explicam esse interesse crescente. Em primeiro lugar, os ativos digitais oferecem um alto grau de autonomia e inovação. Celebridades gostam de estar à frente, testando possibilidades que ainda não se tornaram populares. Além disso, o universo cripto permite uma conexão direta com o público, principalmente por meio de iniciativas como NFTs e fan tokens.
Outro ponto importante — e pouco comentado — é como esses investimentos ajudam a transformar cultura em capital digital. Um artista que tokeniza sua obra ou sua imagem passa a monetizar diretamente sua criatividade, sem intermediários. Isso ajuda também a construir um legado digital, algo que vai além da fama passageira e se ancora na permanência de valor.
Por fim, esse envolvimento também colabora para a popularização da educação financeira. Ao ver figuras públicas envolvidas com criptoativos e fintechs, muitas pessoas passam a se interessar por temas antes considerados complexos ou distantes de sua realidade.
O futuro do dinheiro tem rosto (e voz) conhecidos
O uso de ativos digitais por celebridades não se resume a uma nova forma de especulação. Trata-se de uma mudança de paradigma. Ao investirem em cripto, NFTs e fintechs, essas figuras contribuem para legitimar setores ainda vistos com cautela por parte da população.
Essa não é uma tendência exclusiva de Hollywood ou do meio artístico. É, na verdade, um sintoma de um tempo em que tecnologia, economia e cultura caminham juntas. E, nesse novo capítulo, a participação de influenciadores, artistas e atletas é mais do que bem-vinda: é transformadora.
Com isso, o que vemos não é apenas uma mudança de investimento. É a presença de vozes populares no centro das discussões sobre o futuro do dinheiro, da propriedade e do acesso. Um movimento que vale a pena acompanhar com olhos atentos e mente aberta.









