
A atriz Fernanda Torres, de 60 anos, está na capa da mais recente edição da revista Numéro Netherlands, publicada em Amsterdã, Holanda. O ensaio fotográfico, ambientado no icônico Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, celebra a trajetória da artista no cinema, na televisão e no teatro, destacando sua versatilidade e talento consolidado ao longo de mais de quatro décadas de carreira.
“Sua habilidade de ser duas pessoas ao mesmo tempo – ela mesma e seus personagens – é fascinante: tão cativante e dinâmica quanto essas imagens”, destacou a publicação em suas redes sociais. Fernanda, que conquistou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Cannes aos 20 anos, também coleciona troféus e indicações importantes, incluindo o Globo de Ouro por sua atuação no filme Ainda Estou Aqui.
Em entrevista à revista, a atriz comentou sobre o desafio e o prazer de mergulhar na vida de Eunice Paiva, sua personagem no longa. “Escolhemos ser atores porque viver apenas uma vida seria monótono. A oportunidade de existir fora de si mesmo – de experimentar outras histórias, emoções e destinos – é algo incrível, mesmo em papéis trágicos”, explicou. Fernanda revelou ter passado mais de um ano imersa no personagem, sem sentir necessidade de se proteger emocionalmente durante o processo.
Ela também falou sobre os aprendizados da personagem, que enfrenta luto, prisão e medos profundos. “A fase em que ela permanece duas semanas na prisão, lidando com pânico e medo, foi extremamente intensa. Mas superar isso trouxe uma sensação profunda e bonita”, refletiu.
Sobre o contraste entre as mídias, Fernanda explicou que prefere comédia na televisão, por oferecer leveza durante longas filmagens e temporadas de séries. Já o cinema, mesmo em dramas densos, proporciona um “ofício mais suave”, permitindo mergulhar profundamente em cada papel.
A atriz também recordou a influência da infância nos bastidores do teatro, filha de atores e diretores, que moldou sua intuição e sensibilidade artística. “Crescer nesse ambiente me ensinou que atuar é uma conquista de vida, não uma obrigação. A paixão pelo ofício e a tradição teatral dos anos 70 e 80 no Brasil certamente me guiaram”, disse Fernanda, refletindo sobre a força e a inspiração que marcaram sua carreira.









