O governo Lula decidiu “repaginar” o programa para baratear carros populares no país. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na segunda-feira (5) que a iniciativa passou a ser mais voltada para o transporte coletivo (ônibus) e de carga (caminhões).
Segundo Cristina Helena de Mello, professora de economia da ESPM, há uma necessidade imperativa de o governo propor ações que possam ter impactos positivos de crescimento econômico, de geração de renda e emprego, e tradicionalmente o setor automobilístico atendia essas questões por ter uma matriz industrial muito interessante. “Mas, a cadeia produtiva é Global e muito do estímulo da produção de veículos, principalmente veículos de transporte, seu impacto acaba vazando para fora da economia nacional”.
Atualmente o Brasil possui um parque industrial importante em transporte coletivo e de carga, inclusive empresas internacionalizadas. A especialista destaca que essa mudança traz um impacto simbólico relevante, que propicia reforçar um modal de transportes rodoviário com diversificação de matriz energética que possibilite a não dependência em combustíveis fósseis, uma vez que somos altamente dependentes dessa matriz.
“O governo deveria ter ações mais voltadas à necessidade nacional de hoje, com potencial de geração de emprego e de impacto na matriz intersetorial e regional significativo na construção civil e num programa forte de moradia. A questão da moradia tem um impacto muito grande na cesta de consumo das famílias de baixa renda, que compromete boa parcela do salário em aluguel. O tijolo é seguro e tem um efeito importante de “riqueza / conquista” das famílias”, conclui Mello.
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