O musical do ‘Caldeirão do Mion’ deste sábado foi bastante elogiado nas redes sociais e pelo público que assistiu ao programa global e acompanhou a homenagem ao cantor Zé Ramalho, um dos maiores artistas da MPB que conquistou uma legião de fãs com sua voz potente e letras marcantes e sempre atuais. Iniciou sua carreira na década de 1970 e é reconhecido por sua mistura única de estilos que mesclam rock, música nordestina e elementos da cultura popular brasileira.
Um dos momentos marcantes da homenagem foi o musical apresentado por João Ramalho, filho de Zé Ramalho e Amelinha, com os solos poderosos de Andreas Kisser, guitarrista da banda de heavy metal Sepultura. A junção repercutiu bastante pela qualidade musical apresentada e pela mistura inusitada, perfeita para homenagear Zé Ramalho que sempre se mostrou eclético ao reunir diferentes gêneros musicais em suas canções.
“Foi uma honra homenagear meu pai dessa forma, cantando um sucesso da banda que ele tanto ama. Realmente foi uma surpresa pra ele. Tive que guardar esse segredo por mais de um mês! Mas valeu a pena, ao ver os olhos dele brilhando enquanto eu cantava. Essa apresentação foi um daqueles momentos que guardamos para sempre no coração e na memória.”
João Collares Ramalho é cantor e compositor; filho de dois grandes ícones da MPB, porém nunca se valeu disso para impulsionar sua carreira. Seu som carrega referências, mas não inspira comparações. Com timbre grave, mas nem tanto (experimente vê-lo imitando o pai!) e com excepcional afinação (aprendeu com a mãe), João Ramalho caminha de forma independente junto com o pop, misturando gêneros que permearam suas vivências nos palcos e em suas casas… Desde a de Fortaleza, onde nasceu, até a de Niterói, onde mora há anos, passando pelas do seu pai, no Rio e em João Pessoa.
O trabalho autoral foi sendo maturado enquanto João ouvia, além das influências internas, nomes como Jack Johnson e Ben Harper. Antes de preparar seu primeiro trabalho, tocou com o pai no DVD “Tá Tudo Mudando – Zé Ramalho Canta Bob Dylan”, apresentou-se algumas vezes ao lado de Amelinha e gravou “Noite Preta” e “Beira-Mar” para o projeto “40 Anos Remake Pop Rock” dos álbuns “Zé Ramalho” e “A Peleja do Diabo com o Dono do Céu”. Nas redes, impacta os flamenguistas com seu personagem “Zopilote” (“urubu” na língua espanhola) no YouTube e faz todo tipo de gente rir com seus vídeos no Instagram.
Recentemente lançou o single e videoclipe “Merci”, um pop praiano, com muitas pitadas de reggae, gravado por uma banda de peso: Guilherme Schwab (arranjo, vocal, violão, guitarra, e guitarra slide), Lancaster Lopes (baixo), Renan Martins (bateria), Jonavo (bandolim), Jorge Continentino (sax), Marlon Sette (trombone), Diogo Gomes (trompete) e Ge Fonseca (teclado).
Jonavo assina a direção do ensolarado clipe de “Merci”, que tem fotografia de Sylvia Sanchez e roteiro escrito a seis mãos, as dos dois diretores e as de João.
A direção musical é também de dois grandes nomes da nova MPB, o niteroiense Guilherme Schwab e o campo-grandense Jonavo. Schwab ganhou um Grammy quando integrava a banda Suricato e hoje é requisitado por Leo Jaime, Baby do Brasil e muitos outros, além de ter um belo trabalho autoral. Jonavo é cantor, compositor, ex-integrante da banda Folk na Kombi, já fez turnê nos EUA e gravou com nomes como Renato Teixeira.
O folk vem aí em outras faixas que João Ramalho irá lançar em breve.