“Até que Essa Canção a Encontre”, da Jon Roger Band, demonstra a profunda capacidade da banda em explorar temas humanos complexos através de letras sinceras e composições musicais emocionantes. A canção é uma meditação sobre o amor, a perda e a busca por redenção, destacando a habilidade da banda em criar músicas que são tanto emocionalmente envolventes quanto artisticamente inovadoras.
Verso 1: A Solidão
Não, não existe recomeçar
Posso tentar ser melhor
Mas, o que eu seria
Vivendo sem amor?
Ninguém recomeça; o começar do zero é uma figura de linguagem, pois as pessoas carregam as marcas, cicatrizes e histórias de vida. Mas elas podem seguir em frente, sendo melhores. O eu lírico se ampara nas palavras de Paulo para refletir sobre o que ele seria, seguindo em frente sem amor.
Verso 2: O Luto
Meu luto é prelúdio
Da negação à depressão
Futuro que tem passado
Não vive aceitação
Assim, ao percorrer as fases do luto, o eu lírico não consegue alcançar a aceitação, fazendo do presente o único tempo que não pode ser vivido, o vazio existencial que cria uma corrente emocional entre o passado e o futuro.
Pré-Refrão: O Fundo do Poço
Em tudo eu vejo ela
Nada tenho a cobrar
Do sonho ao sonho dela
Nem tão pouco para dar
O pré-refrão o afoga na desesperança que surge do tempo que parou, que não aceita cicatrizar o coração. Porém, também é o momento do fundo do poço, aquilo que o faz parar de pensar na queda, o epitáfio do presente, da aceitação que nunca será compreendida como tal pelas pessoas.
Refrão: A Redenção
Quem julga a minha paz
Não pode ser réu
A última palavra na Terra
Será a primeira no céu
Mas é na sua aceitação que o eu lírico encontra a paz, mesmo julgado pela aceitação do outro, em uma guerra de incompreensão. Assim, o eu lírico reforça a ideia de que a última palavra dita na Terra será a primeira falada no céu – e como ninguém sabe quando a hora vai chegar, isso se torna quase perturbador. Palavras têm poder, especialmente a última. A canção nos alerta para a importância de boas palavras, evitando o arrependimento e a necessidade de corrigir os julgamentos, especialmente de quem, de uma maneira ou outra, também é réu (e quem não for, que atire a primeira pedra).
Verso Final: A Jornada
Estou nessa jornada
Na velocidade, um instante
Viagem fria e solitária
Até que essa canção a encontre
Essa é a história de um jovem, como tantos outros, que carrega a música no coração, mas a família busca convencê-lo (de uma maneira ou de outra) a abandonar o próprio sonho para seguir o do pai, da mãe, ou daqueles que, à sua volta, escolhem não escutar o coração – uma batalha emocional na vida de qualquer jovem. O eu lírico decide seguir o coração, mesmo diante de uma parede com pichações de línguas afiadas, pescoços torcidos ou dedos na cara. Ele espera que um dia, nessa jornada, quase sempre muito solitária no início, sua canção possa inspirar pessoas como ele e transformar os que preferiram amar o sonho do outro.
A VOZ DA CANÇÃO
Lucas Poltronieri é músico natural do Rio de Janeiro, apresentando-se nas noites desde seus 17 anos, com repertório descontraído e encantador. Seu primeiro contato com a música foi aos 7 anos de idade, com o piano. Aos 10 anos, passou a tocar violão e, aos 14, além da guitarra, também começou a cantar. Após sua primeira apresentação na escola, Lucas iniciou um relacionamento mais sério com a música. Formou a banda Spocks com os amigos e lançou um álbum autoral, que projetou Lucas para as apresentações em casas de shows, bares e restaurantes. As influências musicais também foram muito importantes em sua vida, moldando o músico de hoje: entre elas, estão Red Hot Chili Peppers, Green Day e Taking Back Sunday.
Ouça “Até Que Essa Canção a Encontre” e conheça mais sobre a banda: