Espetáculo estará em cartaz durante todo o mês de setembro no Teatro Candido Mendes, no Rio de Janeiro.
Pioneira do naturismo no Brasil, símbolo e um mártir da liberdade sexual feminina, Luz Del Fuego escandalizou o Brasil com sua dança sensual e seu discurso a favor dos direitos da mulher, dos gays e da nudez. Dançarina, artesã e até adestradora de cobras, nasceu Dora Vivacqua, até se tornar uma figura marcante, já teve sua trajetória vivida por Rita Cadillac, em 2018, quando a ex-chacrete fez sua estreia no teatro e, agora, terá nos palcos a interpretação da atriz Jussara Calmon, no espetáculo “Luz Del Fuego – Uma História Além da Vida”, em cartaz no Teatro Cândido Mendes, todas as sextas-feiras, sábados e domingos deste mês de setembro,.
“Luz Del Fuego é uma personagem real e fascinante, que de certa forma tem muito a ver comigo também. Ela foi polêmica e desde a pequena, já se mostrava uma mulher diferente. Isso, para aquela época, assustava muita a sociedade, que ao mesmo tempo que reconhecia ela pela sua coragem, também a rotulavam, em sua grande maioria, como louca, um adjetivo que costumavam usar para classificar as mulheres que lutavam por seus espaços”, destaca a atriz Jussara Calmon, que se destacou como Musa da pornochanchada na década de 1980. A atriz voltou da Noruega, onde vive com seu marido, especialmente para interpretar Luz Del Fuego.
Com roteiro e direção de Sonia Barbosa, o espetáculo, que também conta com nomes como Jade Diniz, Angel Monttero e Elton Castro em seu elenco, pretende proporcionar uma experiência teatral rica e emotiva, promovendo uma reflexão crítica sobre a liberdade de expressão, os direitos das mulheres e o impacto das normas sociais sobre a vida dos indivíduos. Para isso, o espetáculo será ambientado no umbral, uma região metafísica onde as almas confrontam seus erros e buscam redenção, permitindo uma abordagem profunda e sensível, onde personagens do passado vêm a Luz para pedir perdão, recriando suas memórias e momentos emblemáticos de sua vida.
“Do momento de seu nascimento até sua morte, que aconteceu em 1967, Luz Del Fuego deu muito o que falar e causou um verdadeiro alvoroço na sociedade da época. Ela lutou bravamente para viver livre e para que nós mulheres pudessem fazer o mesmo. Se empoderou e nos empoderou dando real sentido para a frase que usamos muito hoje: ‘meu corpo, minhas regras’. E estou muito ansiosa, porque queria muito homenagear uma vedete do Teatro d Revista. Foi quando numa enquete entre amigos, veio a ideia de contar a história da Luz Del Fuego. Eu amei, porque me identifico de muitas formas com ela”, acrescentou Jussara.
“Acho que fala muito, principalmente para as mulheres. Que faz a gente refletir e entender melhor sobre o quanto é importante esse momento de empoderamento que vivemos hoje. Lá nos anos, 1950, 1960 e até um pouco mais tarde, quando fiquei reconhecida por conta das pornochanchadas, por volta de 1980, a gente não tinha voz. Então precisamos muito reverenciar e exaltar mulheres que tiveram coragem para ser livres em meio a tanto machismo, mesmo sento rotuladas como loucas e muitas outras coisas. Tenho certeza que o espetáculo vai envolver e emocionar muito o público!”, concluiu.