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Kayky Brito deixa UTI mas segue em recuperação no hospital; especialista explica o que é traumatismo craniano e politrauma corporal

No começo do mês de setembro, o ator Kayky Brito foi atropelado, no Rio de Janeiro e precisou ser internado em estado crítico em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Além de dificuldades respiratórias devido aos ferimentos graves, médicos diagnosticaram politraumatismo corporal e traumatismo craniano.

Atualmente o ator continua se recuperando no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, Rio Janeiro. O estado de saúde do artista teve uma evolução significante, o que permitiu sua transferência da UTI.

Para entendermos um pouco sobre esse incidente de traumatismo craniano sofrido pelo ator, conversamos com o médico neurocirurgião Dr. Cesar Cimonari,

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Cesar Cimonari – Neurocirurgião especialista em doenças do cérebro

“Num caso grave de atropelamento como o do ator, é essencial para que qualquer pessoa próxima, mesmo que não conheça a vitima, chame imediatamente a equipe de resgate, na maioria das vezes pelos números 193 ou 192 aqui no Brasil. Outra coisa que é essencial, é garantir a segurança de todos no entorno do acidente, para que ninguém mais se machuque enquanto tenta ajudar. Quando as primeiras equipes chegam, o atendimento inicial de qualquer pessoa que tem um traumatismo cranioencefálico envolve garantir que a vítima esteja estável da parte respiratória”.

Quando ocorre um acidente a nossa primeira reação é tentar impedir que a pessoa durma, porém, o neurocirurgião aponta que não é necessário impedir que a pessoa durma, mas sim monitorar como está a consciência.

“Uma pessoa acidentada que perde a consciência provavelmente tem maior chance de uma lesão cerebral. Outra coisa que se deve evitar é de mobilizar a pessoa sem os cuidados adequados. Em acidentes graves, deve-se esperar a equipe de resgate e proteger o local; em casos mais leves, que podem acontecer até mesmo em casa, não manipular o pescoço e a cabeça de forma brusca, e tentar auxiliar a vítima de forma que não fique muito agitada se estiver acordada. Caso a pessoa consiga se deslocar sozinha, pode ser auxiliada a sentar ou deitar com as costas elevadas”, aponta Dr. Cesar.

Além do traumatismo craniano, o ator Kayky Brito sofreu politrauma corporal. Dr. Cesar explica. “O politrauma significa que diversas partes do corpo sofreram com o acidente. Em traumas chamados de alta energia, como atropelamentos, acidentes de carro ou moto, ou quedas de alturas elevadas, a chance de um politrauma é grande. Com frequência há lesões no crânio, o TCE, mas também fraturas nos membros, costelas, lesão do pulmão ou das vísceras do abdome por exemplo”.

O médico afirma ainda que a associação de várias partes do corpo, com o traumatismo aumentam muito a gravidade do quadro, e diversos protocolos de atendimento preconizam uma sequência padronizada para aumentar a chance de sobrevivência. “Por isso ser atendido por uma equipe especializada é essencial. Felizmente no Brasil temos algumas das equipes de trauma, tanto geral quanto de crânio, mais experientes no mundo.

Sobre as possíveis sequelas de um traumatismo craniano, o médico explique que dependem da região e da intensidade com que o cérebro foi afetado.

“Algumas lesões são tão graves que mesmo com todo o atendimento, a pessoa pode não sobreviver. Em alguns casos, podem ficar dificuldades para a mobilidade e a força, habitualmente piores em um lado do corpo. Outra sequela bastante frequente é a alteração de comportamento e da parte cognitiva, o raciocínio, capacidade de fala e o humor do paciente podem ser bastante afetados. Em acidentes graves, como o do ator Kayky Brito, ou também recente do baterista Mingau, as lesões cerebrais costumam ser mais extensas, então o risco de múltiplas sequelas é alto, podendo até mesmo fazer com que a pessoa permaneça em coma ou num estado mínimo de consciência; mas não podemos minimizar acidentes menores, em especial nos esportes, a ocorrência de um trauma de crânio considerado leve, que é a concussão cerebral, pode ter repercussões importantes para a qualidade de vida, e se forem repetitivos podem ser até mais graves”.

A recuperação de um TCE depende de muitos fatores como a intensidade do trauma, o grau de lesão cerebral logo no inicio, quanto tempo o paciente levou para chegar em um hospital com pronto socorro equipado para realizar o tratamento, e quando necessário, como foram os resultados das intervenções, seja cirurgia, sejam as medidas de UTI. Há alguns casos que a recuperação pode ser rápida se todos estes eventos forem favoráveis, mas nos traumas mais graves, a recuperação costuma ser prolongada, em especial naqueles que precisam de múltiplos tratamentos cirúrgicos, e pode envolver além do atendimento médico, períodos longos de reabilitação com fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia por exemplo. É importante entender que as sequelas finais podem não ser conhecidas até muito tempo após a fase mais crítica, as vezes 6 a 12 meses depois são necessários para entender o que é sequela e o que pode melhorar.

Jairo Rodrigues

*Jairo Rodrigues* Jornalista, apresentador e crítico de TV. Ao longo da carreira, passou por diversos programas e emissoras de TV. Escreve sobre a vida dos famosos e os bastidores da televisão desde 2016.
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