Nesta terça-feira (15), a psicóloga Juliana Barbato, especialista em neurodivergência e autismo, deu um passo importante e revolucionário para o universo da indústria audiovisual. Com um trabalho dedicado ao desenvolvimento de crianças, ela reuniu seus convidados no buffet Spasso Dourado, na zona oeste da capital paulista. O evento contou com cerca de 200 convidados, que aguardavam a estreia do programa “Turminha da Jujuba”, em meio a diversos brinquedos para a alegria dos pequenos e um ambiente agradável para a recepção dos pais.
O evento apresentou o episódio piloto do programa, que, ao longo da temporada, promete amparar o desenvolvimento do público infantil a partir de situações-problema que viabilizam soluções a serem identificadas pelo próprio espectador, auxiliando-o a lidar com adversidades e frustrações do dia a dia. O núcleo conta com a personagem principal, que dá nome à trama: Jujuba, inspirada na própria criadora. Ela surge para ajudar a turma a resolver conflitos, sempre com inteligência e positividade.
Além dela, há outros seis personagens que compõem o universo do programa de forma inclusiva e divertida, com música, cores vivas,adequadas à percepção visual da criança, e informações pensadas para facilitar o entendimento e a interpretação. Entre os amigos e suas características únicas estão Pandu, o panda artista que adora desenhar e colecionar folhas; Rafa, a raposa introspectiva, meticulosa e observadora, que prefere o silêncio e os quebra-cabeças;
Nino, o rinoceronte calmo e metódico, que precisa de rotina e tranquilidade para se sentir bem; e seu melhor amigo Pipo, um passarinho expressivo, sensível e muito observador, que está constantemente ao lado de Nino para ajudar o restante da turminha a compreender seus gestos e atitudes, já que ele não possui verbalidade. Há também Caco, o macaquinho travesso, que é pura energia e criatividade; e, por último, mas não menos importante, Cora, uma coruja sábia, professora da turma, que fala sobre sentimentos, virtudes e convivência com doçura e firmeza.
Natural de Florianópolis, mãe de dois filhos e com um desejo latente de ajudar o próximo, Juliana planeja e sonha com os próximos episódios e com o futuro do projeto. Apesar de o desenho não ser voltado exclusivamente para crianças autistas ou neurodivergentes, ela se mostra otimista para que esse público se sinta representado e encontre um cenário menos excludente. “A identificação é o caminho. As crianças neurodivergentes muitas vezes não se veem representadas na mídia, e com a Turminha da Jujuba, elas encontrarão personagens com características que espelham seus próprios desafios e formas únicas de ver o mundo. Isso gera acolhimento, pertencimento e autoestima. Não é um desenho sobre rótulos, é sobre pessoas reais em seus diversos jeitos de ser.”
São episódios de 8 minutos, produzidos por uma equipe ímpar, essencial para que o projeto se tornasse possível. O cineasta, animador e diretor da Turminha da Jujuba, Thiago Andrade, evidencia que essa oportunidade é a realização de um sonho. “Na verdade, eu abracei o sonho da Juliana, e ele passou a ser o meu sonho também. Ela dizia que sempre teve o intuito de ajudar as pessoas, e eu compactuo do mesmo sentimento. Então, só de estar trabalhando com animação e começar um projeto tão lindo como esse, que não é só entretenimento, é educação, é inclusão, já faz muito sentido para mim, de verdade. Aliás, não existe esse tipo de trabalho no mercado que inclua dessa forma, e é legal salientar que não é uma animação para crianças específicas, é uma animação para qualquer tipo de criança.”
