Sua história começa no século XIX, quando a região era composta por fazendas e chácaras. A grande virada veio com a inauguração da Estrada de Ferro Dom Pedro II (atual linha da SuperVia), em 1889, que ligava o centro da cidade aos subúrbios. A estação local recebeu o nome em homenagem a Augusto Duque Estrada Meyer, engenheiro responsável por parte das obras ferroviárias — com o tempo, a grafia “Meyer” se transformou em “Méier” no uso popular.
A ferrovia impulsionou um rápido crescimento. Famílias de classe média e imigrantes passaram a se instalar na região, atraídos pelo fácil acesso ao Centro e pelo custo mais baixo em comparação aos bairros da Zona Sul. No início do século XX, o bairro já se destacava como um polo comercial e residencial.
Entre as décadas de 1930 e 1960, o Méier viveu seu auge. Era chamado de “Coração da Zona Norte”, pois reunia uma vida urbana intensa, com comércio variado, cafés, clubes, escolas e cinemas que marcaram gerações — como o Cine Imperial, Cine Méier e Cine Subúrbio. O Jardim do Méier, inaugurado em 1916, tornou-se um ponto de encontro e lazer para moradores e visitantes.
Outro marco foi a inauguração, em 1954, do Imperator Cine-Teatro, que se tornaria um dos maiores cinemas da América Latina, símbolo da efervescência cultural do bairro.
Na mesma época, o Méier ganhou fama por seus clubes e festas, sendo também um ponto de encontro esportivo e cultural. A Rua Dias da Cruz, principal via comercial, consolidou-se como referência para compras e serviços, atraindo pessoas de diversos bairros vizinhos.
Com o passar dos anos, mudanças urbanas e a popularização dos shoppings e cinemas de bairro em outras regiões alteraram a dinâmica local. Ainda assim, o Méier preservou sua força comercial, sua tradição cultural e sua identidade própria. A reabertura do Imperator – Centro Cultural João Nogueira, em 2012, reforçou esse elo entre o passado e o presente.
Hoje, o Méier é um bairro que combina memória e modernidade: suas ruas guardam lembranças de um subúrbio elegante, enquanto seu comércio, escolas e centros culturais mantêm viva a energia que sempre o caracterizou.
