
O ator Francisco Cuoco, um dos maiores galãs da televisão brasileira, faleceu nesta quinta-feira, 19 de junho de 2025, aos 91 anos. Ele estava internado há cerca de 20 dias no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde tratava complicações de saúde decorrentes da idade avançada. A causa exata da morte não foi divulgada pela família. A informação foi confirmada à imprensa por sua irmã, Grácia Cuoco, com quem o ator residia na zona sul de São Paulo.

Nascido em 1933, no bairro do Brás, em São Paulo, Cuoco veio de uma família humilde e começou a trabalhar como feirante, ajudando o pai. Sua trajetória artística teve início na década de 1950, quando ingressou na Escola de Arte Dramática (EAD), hoje vinculada à Universidade de São Paulo (USP). Sua estreia profissional no teatro ocorreu em 1958, na peça A Muito Curiosa História da Virtuosa Matrona de Éfeso, ao lado de Fernanda Montenegro e Sérgio Britto, interpretando um gladiador sem falas. No ano seguinte, integrou a companhia Teatro dos Sete, consolidando sua formação ao lado de grandes nomes como Ítalo Rossi e Gianni Ratto.
Cuoco alcançou fama nacional na televisão, tornando-se um dos rostos mais emblemáticos da teledramaturgia brasileira, especialmente nas décadas de 1970 e 1980. Sua voz grave, olhar sedutor e presença marcante o transformaram em um galã inesquecível. Entre seus papéis mais icônicos estão o taxista Carlão, em Pecado Capital (1975), o charlatão Herculano Quintanilha, em O Astro (1977), e o dupla Paulo Della Santa e Denizard de Mattos, em O Outro (1987), todos na Rede Globo. Sua parceria com a autora Janete Clair e atuações em novelas como Selva de Pedra (1972) e Sétimo Sentido (1982), ao lado de Regina Duarte, marcaram época e ajudaram a consolidar o gênero telenovela no Brasil.
Embora tenha se destacado principalmente na televisão, Cuoco também deixou sua marca no teatro e no cinema. Após anos afastado dos palcos devido ao sucesso na TV, retornou em 2004 com a peça Três Homens Baixos, seguida por outras produções como Circuncisão em Nova York (2008), Deus é Química (2009) e Uma Vida no Teatro (2013). No cinema, participou de filmes como Cafundó (2005) e Gêmeas (1999). Seu último trabalho foi na série Tributo, exibida em 2025.
Francisco Cuoco deixa três filhos – Tatiana, Rodrigo e Diogo – e netos. Sua morte representa uma perda irreparável para a cultura brasileira, mas seu legado como um dos pioneiros da teledramaturgia nacional permanece vivo. “Ele foi o maior astro da televisão brasileira e pela telenovela”, destacou o escritor Mauro Alencar, especialista em teledramaturgia, em entrevista recente.