Foi em janeiro de 2012 que dona Aldari Luiza Marque da Silva, 60 anos, começou a fazer seu trabalho voluntário para tirar da sua mente as preocupações e dores de um tratamento contra o câncer. Iniciou fazendo pequenos trabalhos sociais como quentinhas e cestas básicas. Entretanto, em 2017, com a ajuda de um Major da UPP da Providência e da Equipe do Segurança Presente da Praça Mauá, que transformou aquele pequeno projeto em uma ONG que hoje ajuda mais de 20 mil pessoas.
Foi ao se deparar com outras mulheres que também passavam por cuidados clínicos e não conseguiam permanecer ou retornar ao mercado de trabalho, que ela teve a ideia de ampliar seu pequeno projeto, nascia então a Associação Filantrópica Arte Salva Vidas.
Ela organizou uma feira de artesanato e passou a garantir renda para produtores independentes e recursos para continuar distribuindo as cestas básicas às famílias mais necessitadas. “A cada pessoa ajudada, sinto como se melhorasse um pouquinho e fizesse a minha parte”, revela Aldari.
Hoje são diversos cursos profissionalizantes e preparatórios oferecidos pela ONG e tudo com parceria com grandes escolas e Universidades cariocas. Durante o ápice da pandemia, a Arte Salva Vidas ajudou mais de seis mil pessoas através da doação de cestas básicas, kits de higiene e água.
“Fiz uma promessa para Deus: ele cuidava de mim e eu cuidava das pessoas. O Caju tem comunidades abaixo da linha da miséria. São 36 mil habitantes a própria sorte porque o poder público não chega aqui”, conta Aldari.
Atualmente eles têm um endereço físico, um galpão, no Caju, onde possuem estrutura para realizar diversos cursos profissionalizantes e de capacitação, esporte para as crianças das comunidades e educação como um todo. Além de projetos voltados para pessoas idosas.
As comunidades de Chatuba, São Sebastião, 950, Parque Nossa Senhora da Penha (Manilha), Parque da Alegria e Quinta do Caju, são algumas que recebem o apoio e suporte do projeto. A região está entre os índices mais baixos de desenvolvimento humano do Rio e, entre as oito regiões administrativas das 33 cidades do Rio, tem o menor índice de Progresso, segundo dados do IBGE de 2017.
Dona Aldari continua sua luta contra o câncer, fazendo seu tratamento e ajudando pessoas. E ajuda mesmo, em qualquer momento. Só aparecer na porta dela precisando de alguma coisa que ela vai se virar para conseguir. Seja um amigo passando mal que não tem condições de pagar um transporte até o hospital mais próximo, ou aquele que precisa de um prato de comida. Aldari, não vira a cara para ninguém, sempre está pronta para ajudar.