
O criador e humorista Paulo Guerra movimentou as redes ao divulgar os bastidores de sua nova operação de produção audiovisual. Com um arsenal de equipamentos profissionais — câmeras de padrão cinematográfico, iluminação de alta performance e captação de áudio avançada — ele sinaliza uma virada estética em seus conteúdos. A mudança já é perceptível nos vídeos recentes, que adotam linguagem mais refinada e narrativa de maior densidade visual.
O investimento consolida Paulo como um dos nomes mais atentos à profissionalização do conteúdo digital e reforça sua posição na nova geração de criadores que operam em nível técnico próximo ao do cinema.
Essa nova fase marca o amadurecimento de um criador que entende que a comédia pode — e deve — ser levada a sério. “As pessoas estão acostumadas a ver humor como algo improvisado. Eu quero mostrar que, quando você trata o humor com o mesmo cuidado que um filme, ele ganha força, verdade e impacto”, diz Paulo.
Em meio à avalanche de conteúdos rápidos nas redes, Paulo escolhe o caminho oposto: entregar humor com propósito e qualidade técnica digna das telas do cinema. O resultado é um feed que mistura cor, roteiro e autenticidade, conquistando não apenas risadas, mas também respeito dentro do meio artístico.
Além do cuidado com a iluminação e o enquadramento, Paulo também passou a aplicar técnicas de color grading — o mesmo processo usado no cinema para tratar cores e criar atmosferas específicas em cada cena. Essa escolha dá aos vídeos uma identidade visual única, que reforça o tom de cada personagem e eleva a narrativa. “As cores contam histórias. Um amarelo pode transmitir leveza, um azul pode sugerir introspecção… e eu quero que o público sinta isso mesmo enquanto ri”, explica o humorista.
No centro dessa nova criação está Cidoca, uma professora de ensino médio de escola pública, que fez — e ainda faz — de tudo para educar o filho de forma digna e moderna. Entre métodos pedagógicos duvidosos, conselhos sinceros e surtos de lucidez, Cidoca representa uma geração inteira de mães que aprenderam a se reinventar para acompanhar um mundo que muda mais rápido do que a paciência delas. A personagem promete arrancar gargalhadas e, de quebra, provocar aquele reconhecimento carinhoso de quem já viveu (ou convive) com uma Cidoca da vida real.
A afetividade do humor de Paulo relata situações comuns do dia a dia, como a relação entre mãe e filho, brincando com responsabilidades e ensinamentos de forma ao mesmo tempo divertida e impactante. Assim como Nelson Rodrigues utilizava a crônica para revelar os dramas e contradições da vida carioca, Paulo Guerra se apropria do cotidiano para transformá-lo em humor. Se Nelson enfatizava o exagero e a carga trágica das relações humanas, Paulo segue pelo caminho da ironia e do afeto, mostrando que situações banais — do trânsito à vida em família — podem se tornar material de riso e identificação. Ambos revelam, cada um a seu modo, que a rotina é fonte inesgotável de arte.
“Eu penso em retratar um mundo em que a mãe está pronta para atender às dúvidas de um filho que muitas vezes é desconexo com a realidade. Cidoca, a mãezona, mostra que o caminho é mais curto, direto e seco — e esse é o toque de humor que acredito que precisamos: um humor baseado nas piadas da vida”, explica Paulo.
Apesar de ironizar o cotidiano, Guerra revela que existe uma relação de amor, respeito e, acima de tudo, humor afetivo no que faz. “Eu busco mostrar, de diversas formas, que estamos muito além do que vivemos com responsabilidade e criatividade”, completa o artista.









