
A recente megaoperação da polícia contra o Comando Vermelho, que deixou dezenas de mortos nos complexos do Alemão e da Penha, gerou grande repercussão nas redes sociais. O rapper Oruam, ligado às comunidades impactadas pela ação, se manifestou publicamente, criticando a forma como a operação foi conduzida e questionando os efeitos sobre os moradores.
Filho de Marcinho VP, ex-líder histórico da facção, Oruam lamentou a violência nas favelas e destacou o sofrimento das famílias durante confrontos desse porte:
“Minha alma sangra quando a favela chora, porque a favela também tem família. Se tirar o fuzil da mão, existe o ser humano.”
O artista classificou os números da operação como “a maior chacina já registrada no Rio”, provocando debate nas redes. Parte do público apoiou o posicionamento, enquanto outros o acusaram de defender criminosos e desconsiderar os ataques às equipes de segurança.
A ação mobilizou cerca de 2,5 mil agentes e resultou, até o início da noite, em mais de 60 mortes — incluindo quatro policiais —, 81 prisões e dezenas de fuzis apreendidos. Segundo a polícia, os criminosos reagiram à operação usando barricadas, drones e explosivos para impedir o avanço das tropas.
O Ministério Público do Rio de Janeiro abriu investigação para apurar as circunstâncias das mortes e a conduta das forças policiais durante a ação. Para Oruam, os números revelam falhas estruturais no combate ao crime organizado, expondo moradores a riscos que vão além do conflito armado.
O posicionamento do rapper reforçou o debate sobre como enfrentar facções armadas sem que a população civil seja transformada em alvo. Enquanto autoridades defendem operações rigorosas para conter o crime, entidades de direitos humanos cobram maior transparência e medidas que reduzam a letalidade, mantendo a segurança das comunidades.









