Rogério Alexandre Zanetti, hoje com 57 anos, sempre soube que seria jornalista. Nascido em Dourados e criado em Nova Andradina, no sul do Mato Grosso do Sul, cresceu entre papéis, desenhos e livros e, desde a infância, tinha uma relação intensa com a criatividade, sendo ele quem desenhava os tapetes de Corpus Christi e copiava com facilidade os traços de Henfil, um de seus primeiros ídolos. “Com 11 anos, eu já queria ser como ele, desde escrever até desenhar”.
Aos 18, deixou o interior e foi para Campo Grande com um objetivo claro: transformar aquela vocação em profissão. Sua entrada no jornalismo coincidiu com um período de transição tecnológica, e Rogério começou no tempo do papel colado à mão, das pranchetas e régua de cálculo, acompanhando de perto a chegada das ferramentas digitais. Atuou como diagramador, chargista, redator, locutor e produtor, experimentando cada canto do jornalismo. Essa multiplicidade de habilidades o transformou em um profissional versátil, sempre pronto a aprender com a prática. “Fiz uso do PageMaker desde os primórdios, depois passei por Corel Draw, Illustrator e também editei fita de rolo com durex”.
Grande parte de sua carreira foi construída no campo da assessoria de comunicação. Atendeu políticos, construtoras, eventos culturais e órgãos públicos, sempre com o mesmo cuidado e entrega. Um de seus trabalhos mais marcantes foi a cobertura de uma obra de requalificação urbana no centro de Campo Grande, que resultou em um documentário reunindo quatro anos de registros e histórias. Para ele, o jornalismo vai além da pauta, se tornando memória, identidade e legado. “Atendi clientes pequenos com o mesmo zelo que os grandes, pois cada projeto é um tijolinho na parede da credibilidade”.
O encontro com o ecossistema Dakila ocorreu de forma quase casual, por intermédio de um amigo. A proposta era trabalhar com pautas positivas envolvendo a figura de Urandir Fernandes de Oliveira, fundador do grupo, e Rogério rapidamente percebeu o potencial da comunicação interna e externa daquele universo multifacetado. Com o tempo, tornou-se responsável pela reestruturação do Grupo Impacto, um conglomerado midiático com mais de 30 anos em Mato Grosso do Sul. Atualmente, coordena desde o jornal impresso Dakila News até programas de rádio como “Hora Dakila”, com conteúdos sobre saúde, ciência e ufologia. “O Urandir queria divulgar o lado empreendedor e inovador que pouca gente conhecia, e foi aí que começamos”.
Apesar da intimidade com as palavras, Rogério nunca se limitou ao texto. Fez exposições com suas pinturas, escreveu artigos, criou charges e, mais recentemente, mergulhou no universo do audiovisual. Apaixonado por rádio, “o meio mais ágil que existe”, e por cinema, sonha em realizar longas documentários sobre personagens históricos esquecidos do Brasil. Um deles é Francisco Lopes, o Guia Lopes, herói regional da Guerra do Paraguai. “Nosso estado é riquíssimo em histórias que ninguém conhece. Quero resgatar essas vozes, essas narrativas, e levar essas histórias para o público em forma de filme”.
Ao longo da carreira, enfrentou inúmeros desafios, como aprender sozinho a diagramar um jornal sem nunca ter visto uma diagramação antes ou adaptar-se a novas linguagens aos 50 anos. Mas, para ele, esse é justamente o combustível que o move. Seu entusiasmo e brilho nos olhos revelam alguém que nunca parou no tempo e que encara cada nova tarefa como uma oportunidade de reinvenção. “Sempre fui autodidata. E, mesmo hoje, continuo perguntando, estudando, aprendendo, já que esse é o espírito do jornalista”.
Seu maior orgulho é ter construído uma reputação sólida em mais de três décadas de atuação, ser reconhecido pelos colegas e poder entrar em trabalhos novos com segurança, por ter construído um nome, fruto de uma trajetória coerente, feita de curiosidade, ética e comprometimento. “A gente procura ter credibilidade com constância e verdade, e eu sou movido por isso, em prol do fazer bem feito, aprender sempre e contar histórias que valham a pena ser lembradas”.
