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‘Seria o mal da tecnologia?’: entenda o que acontece com o seu cérebro quando você assiste a um vídeo acelerado

Um vislumbre do futuro das próximas gerações

Sabemos que o avanço tecnológico é uma grata surpresa a cada estágio e inovação, assim como temos noção de que todos os aspectos que possam ser alterados e otimizados para o dia a dia da população acompanham a rapidez das mudanças da internet das coisas e rompem diversas barreiras, trazendo questionamentos quanto ao uso de algumas atualizações. É possível prever como a geração tradicionalista se sente diante de tais aspectos e como a geração que acaba de nascer terá de lidar com eles no futuro.

É imprescindível que, por meio dos recursos necessários, saibamos balancear os acessos e nossa codependência com o que não é vivo, pois hoje em dia, ao mesmo tempo em que temos uma viabilidade nunca antes sonhada para pesquisas e informações, em muitos momentos deixamos de simplesmente absorver para tentar acelerar o tempo. Após uma atualização em um aplicativo de mensagens, que disponibilizou alternativas de velocidade para ouvir áudios, vídeos das mais variadas plataformas também passaram a oferecer esse recurso.

O 2x ou o ato de deslizar o dedo para o lado direito da tela virou parte da maioria das reproduções. Inclusive, uma pesquisa com estudantes na Califórnia, por exemplo, mostrou que 89% dos jovens alteraram a velocidade de reprodução de aulas online, o que é preocupante. Apesar do que pensamos, há alguns lados aparentemente atrativos, como aproveitar mais o tempo; no campo educacional, consolidar conhecimento enquanto realizam outras atividades práticas; ou manter a atenção evitando distrações. Mas afinal, quais são as consequências para o cérebro?

Em uma descarga de informações faladas, os pesquisadores distinguem três fases da memória: codificação da informação, armazenamento e, posteriormente, recuperação. Na fase de codificação, as palavras devem ser extraídas e seu significado contextual recuperado da memória em tempo real, por isso o cérebro leva algum tempo para processar e compreender o fluxo de fala recebido.

Essas informações são recebidas e armazenadas em um sistema chamado memória de trabalho, permitindo que blocos de absorção sejam transformados, combinados e manipulados em um formato pronto para transferência para a memória de longo prazo. Nossa memória de trabalho tem uma capacidade limitada, portanto, se muita informação chega em uma velocidade acima do suportado, ocorre uma sobrecarga cognitiva e a perda do que foi “aprendido”.

O scrolling, ou o hábito de rolar a tela sem de fato prestar atenção, é outro fator que exige alerta. Ele é superficial e, caso tentemos lembrar do que foi visto, não conseguiremos, pois quase nada foi filtrado. Isso pode ainda afetar a motivação e a experiência das pessoas em aprender coisas novas, o que pode levá-las a encontrar mais desculpas para não fazê-lo.

Curiosamente, adultos entre 18 e 36 anos têm maior capacidade de absorver esses vídeos. Porém, com o passar do tempo, perde-se essa habilidade, o que pode refletir em um enfraquecimento da capacidade de memória em pessoas saudáveis. Isso sugere que adultos mais velhos devem assistir a conteúdos em velocidade normal ou até mesmo em velocidades de reprodução mais lentas para compensar.

Escrito por Kethelyn Rodrigues, supervisionada por Henrique Souza.

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