Da vida simples no campo, passando pela influência do country americano na década de 1980, chegando ao sertanejo universitário na virada do século XXI e, agora, ao estilo contemporâneo, que domina as paradas de sucesso incorporando elementos de outros gêneros, como o funk e a música eletrônica, é a música caipira e sua história no estado de São Paulo que será tema da terceira edição do programa ‘Sons de SP’, que vai ao ar nesta sexta-feira, dia 14.
Para conduzir esta jornada, o programa ouve artistas como Chitãozinho & Xororó, Daniel, Roberta Miranda, Mary Galvão, Simone Mendes, João Bosco & Vinícius, Bruna Viola, Luan Pereira, entre outros. Consagrada como Rainha Sertaneja, pioneira no estilo, Roberta Miranda fala sobre o início da carreira. “O meu grande sonho era que alguém conhecesse Roberta Miranda. E como era difícil eu me mostrar como intérprete, eu tive que ir pelo caminho de compositora”. No programa, ela conta a história por trás do sucesso ‘Majestade, o Sabiá’, lançado em 1985 pelo intérprete Jair Rodrigues.
Referência para a nova geração, não somente pela voz, mas pela autoestima e empoderamento, a cantora Simone Mendes é uma das responsáveis por abrir o debate sobre o machismo em um dos segmentos mais ouvidos do país. “A mulher, quando descobre que tem o lugar dela, ela vai contar essa verdade e a gente fala sobre isso nas músicas. A mulher vai beber, ela vai descer até o chão, ela vai se divertir, ela vai pra balada, ela vai curtir, ela vai viver. Eu acho que, com essa leva de uma geração nova de mulheres que vieram e permaneceram no sertanejo, é que o nosso movimento se tornou mais forte”, diz a cantora.
Edvan Antunes, autor do livro ‘De caipira a universitário: a história do sucesso da música sertaneja’ fala sobre as contribuições indígenas na cultura caipira e afirma que o sertanejo é a verdadeira música popular brasileira e tem identidade imediata com a população. O escritor ainda ressalta a importância de artistas como Chitãozinho e Xororó para o crescimento do gênero no país. “Nos anos 60 e 70, a música sertaneja estava ali, meio na periferia. No início dos anos 80, com a gravação do ‘Fio de Cabelo’ pela dupla Chitãozinho e Xororó, a coisa começou a mudar, porque pela primeira vez esse gênero musical começou a tocar nas rádios FM”.
No programa, a dupla relembra o início da caminhada e as barreiras que foram ultrapassadas em mais de 50 anos de estrada. “Valeu muito a pena. Se a gente tivesse que começar e quebrar todas as pedras, a gente começaria tudo de novo. Valeu mais a pena do que a gente sonhava. Missão cumprida”, afirmam.
Com muita música e sucessos que marcaram gerações, o ‘Sons de SP – Música Caipira’ ainda mostra os grandes rodeios pelo interior do estado e aborda as origens da viola caipira, instrumento popular, sobretudo no interior do Brasil, símbolo da música popular brasileira e especialmente da música sertaneja tradicional.
O programa ‘Sons de SP’ estreou na programação da Globo em novembro de 2022, com a proposta de contar a história da música preta através do rap, samba, soul, funk e samba-rock. Em 2023, foi a vez de falar da origem do samba paulista, gênero musical genuinamente brasileiro que nasceu nas fazendas de café do interior de São Paulo a partir dos batuques trazidos pelos africanos no final do século XIX e que se desenvolveu na capital. Em sua terceira edição, o programa conta a história da música caipira e sertaneja no estado.
O ‘Sons de SP – Música Caipira’ vai ao ar no dia 14 de junho, após o Globo Repórter, para todo o estado de São Paulo.