O espetáculo Vacamundi, do Maracujá Laboratório de Artes inicia, a partir de outubro, sua segunda circulação pelo estado de São Paulo, passando por São Paulo de 7 a 17 de novembro. As apresentações são realizadas graças à Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura e da Secretaria Estadual de Cultura, Economia e Indústria Criativas.
Vacamundi é a quarta parceria do grupo com o premiado autor e ilustrador Michele Iacocca. Voltada para o público jovem a partir de 12 anos, a peça é uma sátira em formato cartum que retrata o comportamento destrutivo do homem consigo mesmo e com a natureza, ao mostrar parasitas que se propõem a invadir e colonizar uma vaca. O título do trabalho, é, aliás, segundo o autor, uma espécie de trocadilho com a palavra mapa-múndi, deixando bem claro que os parasitas não estão só na vaca, mas também ocupam todos os recantos do nosso planeta Terra sob outra roupagem.
Publicado pela primeira vez em 1984, o livro que inspirou a montagem teatral tem como protagonistas diversos parasitas – endos, ectos e etc, que se encontram no processo de colonização de uma vaca. Qualquer semelhança com nossa história humana de exploração da Terra e de seus recursos não é mera coincidência nesse caso… E apesar de seus 40 anos, o livro se mantém bastante atual, explorando diversas situações relacionadas à finitude de nossos recursos naturais e sua utilização de forma descontrolada, tanto que acaba de ser relançado pela editora Faria e Silva, especializada em quadrinhos, sem praticamente nenhuma atualização.
Tudo começa quando esse bando de parasitas invade uma vaca, iniciando uma grande jornada épica-histórico-cômica de colonização que passa pela invasão da bovina e segue com sua “conquista”, “ocupação” e a divisão dos “territórios” em situações que vão acontecendo de uma forma muito próxima da maneira humana de lidar com a ocupação do planeta Terra. E tudo isso à revelia da vaca que, resignadamente, admite sua condição passiva enquanto vai recebendo seus “colonizadores”.
Para contar essa história, o Maracujá criou um espetáculo cômico-musical, partindo de sua principal característica em seus outros trabalhos – a plasticidade visual – explorando, com sua equipe de cenografia, os traços do cartunista Michele Iacocca na criação de bonecos de manipulação direta e adereços cenográficos, além de incluir no processo de criação outros elementos já pesquisados pelo grupo, como o teatro físico e a música ao vivo.
Inspirado pelo teatro de revista, o diretor do grupo, Sidnei Caria criou diversas músicas para o espetáculo, que retratam, de forma irônica, aspectos diversos desse processo de colonização, com arranjos instrumentais de Luiã Borges e arranjos vocais de Yasmin Olí. Tudo isso é cantado e tocado ao vivo pelo elenco composto por seis atores – Dani Theller, Érica Ribeiro, Lucas Luciano, Sidnei Caria, Silas Caria e Wesley Salatiel, que apresentam as diversas personagens dessa “saga nada heroica”, como o chefe do bando, os parasitas enamorados, os sugadores e mordedores, entre outros.
Completando a composição destes parasitas, os figurinos de Luciano Ferrari propõem uma releitura dos personagens desenhados por Michele, trazendo texturas, cores e desenhos que auxiliam na construção da fisicalidade e comicidades propostas pelo diretor e adaptador do texto, Sidnei Caria.
O espetáculo foi contemplado com o ProAC 01/2021 de montagem e estreou em julho de 2022. E agora, através da Lei Paulo Gustavo do Ministério da Cultura e Secretaria Estadual de Cultura, Economia e Indústria Criativas o projeto Vacamundi realizará 12 apresentações em diferentes cidades paulistas (São Paulo, Campinas, Indaiatuba e Franco da Rocha), todas seguidas de bate papo com a plateia. Além disso, serão realizadas 2 oficinas “Boneco de Restos” em escolas públicas de Campinas e São Paulo. Essas oficinas trabalham a confecção de bonecos a partir de materiais recicláveis, incentivando a sustentabilidade entre o público escolar.
Todas as apresentações serão acessíveis e terão intérprete de LIBRAS. Além disso, haverá audiodescrição em 6 das 8 apresentações realizadas na cidade de São Paulo (sempre às sextas, sábados e domingos), promovendo a acessibilidade do público deficiente visual. Todas essas ações serão gratuitas ao público.
Sinopse: Baseado na obra de Michele Iacocca, Vacamundi conta a jornada épica-histórica da conquista e ocupação, por “valentes” parasitas desbravadores, de um “território não-civilizado”: uma vaca. Para contar essa saga, o Maracujá Laboratório de Artes criou um espetáculo cômico-musical que mostra, de forma irônica, os parasitas que ocupam não só a vaca, mas o nosso planeta Terra.
Ficha Técnica
Baseado no livro em quadrinhos do autor Michele Iacooca
Adaptação, Concepção e Direção: Sidnei Caria
Assistente de direção: Lucas Luciano
Elenco: Dani Theller, Érica Ribeiro, Lucas Luciano, Sidnei Caria, Silas Caria e Wesley Salatiel
Direção Musical: Sidnei Caria
Trilha sonora e arranjos instrumentais: Luiã Borges
Preparação Vocal e Arranjos Vocais: Yazi
Músicas: Sidnei Caria
Preparação Corporal (oficina de Commedia Dell’Arte): Lucas Luciano
Direção de Arte e Cenografia: Sidnei Caria
Equipe de confecção de cenografia, bonecos e adereços cenográficos: Sidnei Caria, Lucas Luciano, João Caria e Silas Caria
Figurinos e adereços: Luciano Ferrari
Confecção de adereços: Tetê Ribeiro
Confecção do figurino da Vaca: Cidinha André
Coordenação de Produção: Vivian Oliveira
Assistência de Produção e Design Gráfico: Camila Ivo
Técnico de Som: Edézio Aragão / Fernando Cavalcante
Técnica de luz: Roseli Marttinely
Fotografias: Cacá Diniz e Maracujá Laboratório de Artes
Ilustrações: Michele Iacocca
Intérprete de Libras: Fabiana Magoga
Audiodescritora: Ariane Almeida
Equipamentos para Audiodescrição: Jump Tradução Simultânea
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Administração: Laboratório de Artes Produções (Maracujá Laboratório de Artes)
Produção Geral: Vivian Oliveira e Maracujá Laboratório de Artes
Serviço
Espetáculo: Vacamundi
Entrada Gratuita
Duração: 70 minutos
Classificação Indicativa: Não recomendado para menores de 12 anos
São Paulo
Quando: 7 a 17 de novembro, de quinta a sábado, às 21h, e aos domingos, às 19h
*Apresentação com intérprete de LIBRAS
**Sessões de sexta a domingo com Audiodescrição
Onde: Teatro Alfredo Mesquita – Av. Santos Dumont, 1770 – Santana
Capacidade: 198 lugares
Oficinas: alunos de escolas públicas
São Paulo
Quando: 23/10 na E.E. Heróis da FEB
Mais informações sobre o Maracujá Laboratório de Artes
O nome Maracujá Laboratório de Artes foi escolhido pelo grupo porque resume sua proposta artística: a escolha pela “fruta da paixão” foi inspirada por um pé de maracujá que existia na sede da companhia e representa a paixão do grupo em pesquisar novas possibilidades a cada trabalho, mesclando sempre diversas linguagens para tentar criar espetáculos tão singulares quanto sua flor, de beleza única. As palavras Laboratório de Artes reforçam essa vocação do grupo em ser um espaço de experimentação artística, que se inspira na contemporaneidade para suas criações.
Em 2024 o grupo comemora seus 19 anos de existência, tendo como premissa, desde sua fundação, a pesquisa da plasticidade visual da cena, criando espetáculos em que o teatro, artes visuais e audiovisuais fundem-se para criar narrativas lineares, com ou sem palavras, onde o ator é o agente principal na fusão destes elementos.
O grupo possui 9 espetáculos: “As Aventuras de Bambolina”, coprodução com a Pia Fraus (APCA 2008 de melhor ator em teatro infantil para Sidnei Caria e Prêmio FEMSA 2008 de melhor direção); “Rabisco – um cachorro perfeito” (Prêmio FEMSA 2010 de melhor adaptação); “O Buraco do Muro” (Prêmio FEMSA 2013 de melhor cenografia, indicado como melhor espetáculo infantil nacional pelo Prêmio Arte Qualidade Brasil 2013 e indicado como melhor espetáculo pelos prêmios FEMSA e CPT); “E.Terra” (contemplado com o ProAC de montagem em teatro infantil); “SPon SPoff SPend” (convidado a estrear na Mostra Oficial de Teatro do FIT Curitiba 2015), “Nerina, a ovelha negra” (Prêmio Aplauso Brasil de melhor espetáculo infantil, APCA 2017 de melhor iluminação para Marisa Bentivegna e de melhor direção musical para Fernanda Maia – ambas pelo conjunto da obra),“Sonhei que era Gulliver”, um espetáculo online (ProAC LAB 52/2020 – prêmio por histórico de realização), “Quim & Tal” (Lei Aldir Blanc 2020) e “Vacamundi (ProAC 01/2021 de montagem e Lei Paulo Gustavo 2023, para circulação). O grupo também atua nos bastidores, desenvolvendo cenografia, adereços, figurinos e bonecos para diversos grupos teatrais e eventos.
O Maracujá já foi contemplado com diversos editais, como FUNARTE Myriam Muniz, CAIXA Cultural, SESI (Arte Educação, Viagem Teatral e Territórios da Arte), Prêmio Zé Renato, ProAC, Lei Aldir Blanc e Lei Paulo Gustavo, entre outros. Participou de eventos como Virada Cultural, Mostra Melhores do Ano – São Paulo, Circuito São Paulo de Cultura, Circuito Paulista de Artes, Mostra SESC de Teatro de Animação e Festivais como FIT Rio Preto, Festival Internacional de Teatro de Curitiba, FitaFloripa, FILO (Festival de Teatro de Londrina), Festival de Férias do Teatro Folha, Festival Internacional de Teatro de Bonecos de Belo Horizonte, FENTEPP (Festival de Teatro de Presidente Prudente), Festival de Teatro para Crianças de Pernambuco, Festival de Arte para Crianças, entre outros.
Participou da fundação do Galpão dos Lobos (2017-2022), um espaço cultural formado por companhias paulistanas de teatro para todas as idades, que recebeu menção honrosa do Prêmio APCA em 2017, pelo espaço de formação e resistência inaugurado no bairro do Ipiranga para o público de todas as idades.