No coração da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeir, a Vila Isabel recontou uma história ancestral, mergulhando nas raízes das religiões de matriz africana. Embalada pelo samba-enredo de Martinho da Vila, “Gbala – Viagem ao Templo da Criação”, a escola de samba reviveu um enredo que ecoa desde 1993, agora sob os cuidados do carnavalesco Paulo Barros.
A narrativa se desdobra nos primórdios do tempo, quando o grande deus Olorum confiou a Oxalá a missão de criar os homens e zelar pela terra e todas as suas criaturas. Contudo, a humanidade, ao invés de cuidar, começou a maltratar aquilo que deveria proteger.
É nesse contexto que Oxalá, o criador de tudo, vislumbra a esperança na infância. Reunindo crianças de todos os cantos do mundo, a Vila Isabel evoca a pureza e a inocência desses seres para resgatar a saúde do planeta. Paulo Barros ressalta a importância desse simbolismo: “Oxalá tem a esperança de que as crianças possam salvar nosso planeta. Elas representam a pureza e a inocência perdidas pelo ser humano”.
Na avenida, a escola não apenas celebrou a esperança depositada por Oxalá nas crianças, mas também levantou a bandeira da preservação ambiental e do cuidado com nosso lar comum.
“Meu Deus O grande Criador adoeceu Porque A sua geração já se perdeu Quando acaba a criação, desaparece o Criador Pra salvar a geração, só esperança e muito amor”
(Com colaboração de Renan Dantas)