Nome do evento: Exposição Palhaço Pingolé
Artista: Marlene Querubim – pinturas
Figurinos, adereços, fotos e outros objetos do Palhaço Pingolé: Acervo do Circo Spacial
Período: 8 a 11/12/2022
Abertura: 8/11/2022 às 16:00 horas – Com performance de Carol Rogolleto
Curadoria: Prof. Dr. Oscar D´Ambrosio
Produção: Cia Arte Cultura
Local: Galeria Cia Arte Cultura – Piso 2 – bloco B -Shopping West Plaza – Av Francisco Matarazzo S/N
Informações: 11 985711766 – 11 95447-1017
Entrada franca
Biografia:
Gilmar Querubim – ex-bancário, ex-jogador de futebol profissional, o inesquecível palhaço Pingolé, ganha uma exposição in memorian, no Dia do Palhaço, na Galeria Cia Arte Cultura.
Decidiu abandonar sua profissão para realizar o sonho de virar palhaço e viajar com o circo. Deixou o trabalho no banco, que havia lhe propiciado estabilidade financeira durante seis anos, para fazer o que realmente amava e ‘fugir’ com os amigos de picadeiro.
Natural do Paraná, Querubim, agora conhecido como palhaço Pingolé, viajou por inúmeras cidades brasileiras com o famoso Circo Spacial. Em muitos depoimentos que deu, ele sempre contava com uma empatia singular e aqueles olhos azuis inesquecíveis: “Tudo começou quando eu fui conhecer o circo Spacial, da minha irmã, e assisti a uma apresentação de palhaços. Acabei ficando encantado e resolvi que era a hora de mudar a minha vida dois anos depois”.
Mais tarde casou-se com a trapezista Elaine Rigolleto, da quinta geração de uma família tradicional de circo e com ela teve a Caroline Rigoletto, multiartista, malabarista e Dj que também fez dupla com o pai em projetos especiais.
Dois anos depois de ter visitado o circo, nas suas férias o bancário recebeu o convite para trabalhar como secretário de frente no circo de sua irmã Marlene e resolveu aceitar a oportunidade que mudaria sua vida para sempre.
Anos depois numa temporada em que o palhaço Xupetim, o principal da companhia até então não tinha um outro palhaço para fazer Dupla, Marlene que já observava o grande dom que Gilmar tinha para ser palhaço, convocou-o para entrar em cena e, juntos e resolveram batizar o novo personagem como Pingolé, variação de seu apelido de infância (Pingo).
Viajou por mais de 35 anos com seus irmãos: Maristela, Margareth, Gilberto, Valdete, e trabalhou com sobrinhos Pepe jardim, Roger Souza, Juliano Vargas, Rejane Vargas, Poema Querubim, Lyriel Querubin e Carol Rigoletto no picadeiro.
Destaque de programas de TV, rádios e jornais, recebeu ao longo de sua carreira vários prêmios e títulos.
Foi Imortalizado no livro “História do Circo Brasileiro”. (editado pela FUNARTE – Fundação Nacional da Arte), fotografado por profissionais de renome e considerado um mestre da palhaçaria brasileira com muitos discípulos.
Ao longo de 35 anos de carreira bem sucedida, formou duplas com diversos palhaços, dentre eles:
Pingolé e Xupetim / Pingolé, Xupetim e Graveto / Pingolé, Bossa Nova e Baratinha / Pingolé e Catatal / Pingolé e Paçoca / Pingolé e o Palhaço Polaco / Pingolé e Chumbrega / Pingolé e Pingolete / Pingolé e Pepe / Pingolé e Buguinho / Pingolé e Alegria / Pingolé e Calado / Pingolé e Rabiola / Pingolé e Aleluia / Pingolé e Soneca / Palhaço Pingolé e Dandan / Pingolé e Wil / Pingolé e Carol
Pelo Curador:
Somos todos palhaços
A imagem do palhaço remete a alguém que faz outras pessoas felizes. A sua indumentária, maquiagem excessiva, cabeleira de cor, atitudes e palavras representam, em termos psicológicos, o reverso de toda forma de poder. Se um monarca demanda respeito, o palhaço incorpora a irreverência.
A sua figura transmite, portanto, uma forte carga afetiva, estética e emocional. Feliz, triste ou desengonçado, com roupas desajustadas. grandes ou pequenas demais, torna-se, pela sua espontaneidade, um heroico arquétipo que foge às regras da sociedade e anuncia um novo mundo regido pelo sorriso.
Ao conectar pessoas, aponta para a infância como um campo lúdico. Nesse contexto, homenagear Gilmar Querubim, o palhaço Pingolé, expondo quadros, figurinos, perucas e outros objetos, evoca o Dia do Palhaço (10 de Dezembro) e promove um diálogo entre o personagem, o espetáculo circense e a sociedade como um todo.
Assim, a mostra perscruta e explora as mais variadas formas de expressão de Pingolé e dos palhaços de modo geral, por meio de variados sentimentos individuais e coletivos que se misturam, permitindo entender melhor também a complexidade do circo e – por que não? – de cada ser humano, entendido como um picadeiro de distintos saberes no qual estamos mergulhados.
Oscar D’Ambrosio é Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes