A cantora Celine Dion surpreendeu ao revelar por um vídeo em suas redes sociais ter sido diagnosticada com a síndrome da pessoa rígida. Por causa da doença, que é rara e incurável, ela interrompeu alguns shows marcados para 2023. A artista contou ainda que, às vezes, os espasmos motivados pelo problema de saúde causam dificuldade para usar as cordas vocais e para andar.
O médico José Fernandes Vilas, especialista em neurologia e psiquiatria clínica, explica que a síndrome da pessoa rígida atinge uma pessoa entre um milhão. Não há uma causa específica, ele acrescenta, mas sabe-se que essa doença age no sistema nervoso central, responsável por controlar a musculatura do corpo.
“Com isso, a pessoa pode começar a apresentar câimbras e força muscular mais fortes, além de ter contraturas abruptas. Essas contraturas podem ficar mais intensas com o tempo. Elas acontecem quando o músculo faz uma movimentação incorreta e não consegue atingir um grau de relaxamento para voltar a posição anatômica correta. O quadro clínico em si gera rigidez, e isso pode afetar qualquer músculo do corpo”, explicou.
O Dr. José Fernandes Vilas conta que, no início, há uma rigidez cervical, que pode afetar o movimento do pescoço e outros membros. Assim, a pessoa passa a ter dificuldades para andar, por causa das contraturas. No caso da Celine Dion, ele pode ter até mesmo problemas para cantar, já que o músculo da voz é o diafragma e ele também pode ser prejudicado.
“Isso gera muito desconforto, porque além de dor, a pessoa não consegue fazer o domínio da contratura muscular para poder exercer o que deve ser feito. No caso de uma cantora mexe diretamente com a sua performance corporal e vocal. Essa síndrome não tem cura, e pode surgir entre os 40 e 60 anos de idade. A doença pode ter pequenos estímulos que geram espasmos graves”, comentou.
“Esses estímulos podem ser sonoros, sustos, gestos abruptos e até mesmo um abraço apertado. Pode prejudicar tão gravemente a mobilidade ao ponto de os espasmos resultarem em fratura no osso. A longo prazo, entre 10 e 20 anos, a dor fica intensa ao ponto de causar até limitação para andar, chegando até ter que usar uma cadeira de rodas ou ficar acamada”, completou.
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Porém, o médico ressalta que o tratamento pode ser feito através de relaxantes musculares, anticonvulsivantes, toxina botulínica, e o uso do canabidiol. De acordo com o Dr. José Fernandes Vilas, esses medicamentos são usados para melhorar o efeito das contraturas e rigidez que tomam conta do músculo do paciente. Com a prática de atividades físicas ainda é possível melhorar as dores e proporcionar melhor elasticidade.
“A principal função do Canabidiol é gerar homeostase. Isso acontece quando o CBD se conecta ao receptor, nas membranas celulares, e gera uma melhora do funcionamento daquela célula. Com isso, aquela célula funciona de maneira orgânica. O CBD ajuda tanto na melhora do relaxamento muscular, quanto na questão das contraturas musculares, e dos espasmos. Ele também age como um anti-inflamatório para as dores. Todo lugar onde há uma contratura muscular, vai haver um estiramento das fibras musculares e, com isso, acontece uma inflamação local. O Canabidiol age melhorando esses pontos”, concluiu.