“Moço” é primeira amostra do próximo álbum da cantora carioca e, mais uma vez, tem arranjo de Antonio Neves e produção de Marcus Preto, Pupillo e Emicida
Em maio de 2022, a cantora e compositora carioca Alaíde Costa comemorava 86 anos de vida – quase 70 deles dedicados à música – com o lançamento de O que Meus Calos Dizem Sobre Mim, álbum de estúdio com repertório criado para ela sob a produção de Marcus Preto, Pupillo e Emicida e belíssimos arranjos de metais de Antonio Neves.
Um ano depois, Alaíde e esse mesmo time de músicos e produtores trazem o primeiro single do segundo álbum da trilogia que pretendem criar juntos. “Moço” é uma composição inédita escrita por Marisa Monte e Carlinhos Brown e, segundo a autora, encontra na voz, na interpretação e na vivência de Alaíde Costa o instrumento perfeito.
“Ter uma música gravada pela diva Alaíde Costa é um sonho e uma honra para mim e para o Brown”, diz Marisa Monte. “Uma canção que atualiza as relações mulher/homem gravada por uma cantora da geração dela torna isso ainda mais potente e relevante.”
A letra de “Moço” inverte a lógica masculina – e historicamente machista – de tantas canções de amor de outros tempos, em que o homem saía para a farra enquanto a mulher ficava em casa cuidando dos afazeres domésticos.
Aqui, é a mulher que vai “brincar até mais tarde” e passa as recomendações: “prepare a comida”, “dê comida pro gato” etc. A interpretação de Alaíde Costa encontra o equilíbrio perfeito entre esses dois tempos, fazendo aflorar as sutilezas geracionais contidas nos versos da canção.
O arranjo de base, mais uma vez, foi criado por Pupillo (bateria e direção musical) junto aos músicos Fábio Sá (contrabaixo acústico), Léo Mendes (violão) e à própria Alaíde. A gravação de base e voz foi feita por Big Rabello no estúdio Da Pá Virada, em São Paulo.
As cordas e os sopros foram arranjados e regidos por Antonio Neves e gravados no estúdio Carolina, Rio de Janeiro, por Angelo Wolf. O time de instrumentistas tem Everson Moraes (trombone), Jonas Hocherman Corrêa (trombone), Leandro Dantas (trombone baixo), Eduardo Santana de Souza (flugelhorn), Oswaldo Vecce Lessa (flauta), Tamara Barquette (violino), Pedro Mibielli (violino), Pedro Amaral (viola) e Antonio Neves (trombone e lira). A lira gravada no estúdio Gá (RJ) por Pedro Fonte.
Além de “Moço”, outras sete faixas estão em processo de produção para este que será o segundo volume da trilogia de Alaíde Costa com o trio Preto-Pupillo-Emicida.
“E, além dessas, já temos outras composições esperando para o terceiro álbum”, adianta Marcus Preto. “É impressionante como os autores – assim como os músicos – amam Alaíde: todo mundo quer participar de alguma maneira, tocar, mandar material inédito. É o peso da grande intérprete, da voz que diz a canção para além das notas e do texto.”
Foto- Enio Cézar