A equipe de Elon Musk está em busca de meios para arrecadar a quantia de US$3 bilhões para o pagamento de parte da dívida gerada na compra do Twitter, feita pelo empresário, em 2022, no valor de US$44 bilhões. As informações foram divulgadas pelo Wall Street Journal, que também diz que uma das estratégias estudadas é integrar a rede social na bolsa de valores.
O administrador de empresas Clélio Cabral explica os motivos da ação do grupo de Musk e prospecta caminhos viáveis para alcançar o objetivo. Follow-on, ou ‘ofertas-subsequentes de ações’, é o termo utilizado pelo especialista como a rota de saída desta situação, e se trata de uma espécie de evento realizado pela empresa de companhia aberta, que injeta novas ações a serem vendidas a curto prazo no mercado.
“Se a empresa busca levantar este valor rapidamente, o melhor caminho seria voltar para a bolsa de valores. Neste cenário, abrir um follow-on (aumento de capital), seria o suficiente para injetar o valor necessário e sanar grande parte do problema. No caso dessa jogada, a empresa pode optar por uma rodada restrita, onde apenas 50 investidores podem aplicar este dinheiro ou público, onde é mais burocrático, mas abre uma margem maior de arrecadação e sucesso.” pontuou.
Elon Musk tem visto sua fortuna despencar nos últimos anos. Segundo a Forbes, o patrimônio do empresário girava em torno de US $320 bilhões em novembro de 2021, mas, entre a data até janeiro de 2023, a revista estima uma perda de cerca de US $182 bilhões, ficando, atualmente, em US $185 bilhões. Com este resultado, Elon entrou no Guinness Book como a maior perda de fortuna na história.
Somando ao problema, vemos no Twitter uma onda de demissões que perdura desde a finalização do processo de compra, com a demissão de cerca de 70% do quadro de funcionários. Ainda há leilões de móveis de seus escritórios sendo feitos em todo o mundo, inclusive, com a venda da icônica estátua do pássaro azul, símbolo da rede social, no valor de US $100 mil.
Por fim, Clélio explica que todos estes acontecimentos somados, podem representar instabilidades internas e assustar possíveis novos investidores. “Com os valores da rede social caindo rapidamente e a fortuna do seu novo CEO caindo igualmente, o mercado acaba enxergando como um investimento de risco a abertura de capital e venda de ações, o que coloca o sucesso da operação da equipe de Musk em dúvida. É crucial que o bilionário estabilize estes números, para mostrar para os interessados que é possível salvar o Twitter da extinção.” finalizou.