Há um ano, Gica jamais adivinharia o futuro que a esperava. Nascida e criada na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, a cantora coleciona números impressionantes para um artista independente. São mais de 20 milhões de streamings e uma agenda que tem, em média, 35 shows ao mês. Agora, ela comemora mais uma conquista. O tão sonhado feat. com o cantor Vitinho. ‘Carência’ chega às plataformas de streaming nesta quinta, 22 de junho, e o clipe no YouTube estreia na próxima semana. Composta pelo próprio Vitinho e seu parceiro Douglas Lacerda, ‘Carência’, segundo Gica, foi um presente de Deus em sua vida.
“Eu sempre fui muito fã do Vitinho e sempre curti seu trabalho. A primeira vez que o encontrei pessoalmente, falei de cara que eu tinha o sonho de gravar com ele e esse dia finalmente chegou. Não tenho palavras para agradecer a oportunidade de cantar com meu ídolo. Nossa sintonia no estúdio fez com que o som ficasse lindo. Fizemos tudo com muito carinho, amor e espero que a galera curta bastante e se identifique, assim como eu”.
“Fiquei muito feliz em ter recebido o convite da Gica, que é uma menina de um potencial gigantesco. Além de cantora e multi-instrumentista, eu a considero um grande talento da nova geração. Ouvir dela o quanto ela curte o meu som é muito gratificante, pois quando a música é de coração, ela realmente toca as pessoas e as influencia de alguma forma positiva. Sobre a música, fiquei mais feliz ainda dela ter curtido. Fiz ela junto com meu irmão Douglas Lacerda, pensando especialmente no seu projeto. Diante de todas as músicas que recebeu, ter escolhido justamente essa, parece que rolou uma transmissão de pensamentos aí!”, fala Vitinho.
O cantor conta que a autenticidade de Gica chamou sua atenção, principalmente por ser uma menina que carrega suas origens com muita força e humildade. Ele também foi o responsável por dirigir as vozes dessa gravação. “Ela chegou com segurança e desenrolou com facilidade a missão e isso me deixou bem empolgado e a vontade para a gente poder viajar na canção. Particularmente, super apoio esse movimento das mulheres fazendo sucesso no samba, pois tudo que vier para somar é muito bem-vindo”, completa.
Gica se apaixonou pelo pagode por influência do seu pai que era um grande admirador dos grupos Só Pra Contrariar e Exaltasamba. Estudiosa, aprendeu a tocar pandeiro aos 6 anos de idade. Aos 11 entrou nas aulas de cavaco, aos 12 aprendeu violão e, em seguida, percussão. Atualmente segue em constante desenvolvimento com as aulas de canto que iniciou há quase dois anos.
Aos 20 anos Giovana Ribetti, ou melhor, Gica, vem se destacando no cenário musical após viralizar nas redes sociais tocando cavaquinho e cantando vários hits do gênero no ‘Pagode da Gica’. Gravado em 2022, e lançado em duas partes (PAGODE DA GICA / PAGODE DA GICA – DA ROCINHA PARA O MUNDO), os vídeos do trabalho de estreia alcançaram milhões de visualizações. Uma das faixas chegou a ser compartilhada pelo jogador Neymar Jr., impulsionando ainda mais o sucesso do projeto.
Instrumentista e compositora, Gica relutou um pouco contra a ideia de estar à frente do microfone. “Tem menos de um ano que a música se tornou minha profissão. Nunca imaginei que Deus pudesse fazer isso em tão pouco tempo. Eu sempre fui muito tímida no lance de cantar e tocar, mas sempre me incentivaram. No primeiro projeto que gravamos, as coisas deram muito certo e a partir daí, além de viver da música, consegui também ajudar minha mãe e minha família”, conta.
Considerada uma das grandes revelações do pagode, Gica cresceu com poucas referências femininas no segmento. Bebeu na fonte de Beth Carvalho, que ouvia desde pequena nas rodas de samba. Hoje, acompanha com atenção as oportunidades e os destaques que as representantes femininas do gênero estão tendo.
“A mulherada sempre esteve aí! A gente sempre curtiu e consumiu muito pagode. Hoje, graças a Deus, estamos conseguindo ter mais visibilidade e alcançando novos espaços. A galera está nos respeitando e a tendência é que o movimento cresça ainda mais. Só estamos mostrando o que somos capazes de fazer”.