Sabe aquele dentinho de leite que caiu antes da hora? Para o Heverton Marçola, foi o empurrão do destino. Nascido em São Bernardo do Campo, ele começou sua trajetória na odontologia não numa sala de aula, mas numa viagem de formatura da oitava série, com um dente balançando, um trauma precoce e uma pizza que ele teve que recusar (com dor no estômago e na alma).
“Minha mãe me levou direto ao dentista. O cara tirou meu dente sem anestesia. Eu quase desmaiei, mas foi aí que começou tudo”, lembra Heverton, hoje aos 43 anos, rindo da lembrança que moldou sua vida, literalmente. Quando viu uma faixa na escola dizendo “Curso de Prótese Dentária”, ele trocou sem hesitar a área de informática pelo mundo dos moldes, resinas e sorrisos.
Já protético, Heverton montou seu próprio laboratório, com apenas 20 anos. Mais tarde veio a faculdade de odontologia, a especialização em implantodontia, os cursos, as aulas, os casos e as dentaduras entregues de um dia para o outro. “A vovó vem de manhã e sai sorrindo no dia seguinte. Aqui não tem enrolação”, diz ele com orgulho.
Hoje, Heverton é dentista, professor e empreendedor, com uma clínica moderna e um laboratório próprio, onde une tecnologia de ponta com o carinho de quem já ficou sem dente na adolescência. Scanner 3D? Tem. Impressão digital de prótese? Também. Mas o que ele mais imprime é empatia: “Eu não deixo paciente sair sem dente. Eu sei como é”.
Entre uma aula e outra, uma palestra no CIOSP e uma consultoria a novos dentistas, Heverton ainda encontra tempo para cuidar de seus 20 colaboradores (e dos sorrisos de seus pacientes), além de manter uma parceria com sua esposa, que ajuda a administrar a clínica. “Ela saiu do banco e veio cuidar da clínica comigo. Agora tá em casa.”
Ah, e se você quiser agradecer o trabalho dele, fica a dica: “Já ganhei uma picanha de presente. Foi o melhor pagamento do mês!”
