Especialista Elisa Vieira comenta sobre como o mutismo seletivo pode ser um desafio na hora das relações amorosas
O Mutismo Seletivo (MS) é definido como um transtorno de ansiedade, no qual a pessoa apresenta incapacidade de falar e se comunicar em ambientes sociais selecionados. Um exemplo pouco conhecido do Mutismo está presente no personagem Rajesh “Raj” da série “Big Bang: A Teoria”, interpretado por Kunal Nayyar, ele é conhecido pela sua dificuldade em conversar com mulheres. Em entrevista o ator chegou a comentar o seguinte sobre seu personagem: “Raj pode falar na presença de pessoas diversas, mulheres inclusive, mas não pode falar diretamente com garotas. Isso se chama mutismo seletivo”.
Com a chegada dos dias dos namorados e a busca por parceiros para comemorar a data muitas pessoas podem se encontrar como “Raj” sofrendo de uma grande ansiedade social durante a tentativa do flerte, por isso Elisa Vieira afirma a importância de conhecer o Mutismo Seletivo e seu tratamento, “Conhecer o transtorno e as formas de manejo clínico é essencial para o bom andamento do processo. O tratamento para os casos de Mutismo Seletivo é definidos conforme cada paciente”.
Além disso, a psicóloga afirma haverem diferentes tipos de manifestação do transtorno, chamando a atenção para os casos mais graves: “É importante ressaltar que o mutismo seletivo pode se apresentar em níveis de intensidade. O nível mais severo seria a pessoa que não se comunica em nenhum lugar e com ninguém fora de seu ambiente de pertencimento; tem dificuldades para movimentar o corpo, não sinaliza seus desejos de nenhuma forma. Neste nível falamos de uma pessoa ‘congelada’ ”.
Então, a data que celebra o amor entre casais e também pode funcionar para que pessoas que apresentam o transtorno de ansiedade social percebam seus sinais de alerta. Apesar de alarmante, o Mutismo Seletivo tem tratamento e atualmente ganha maior notoriedade em seus estudos, como afirma Elisa: “No passado o Mutismo Seletivo foi extremamente subdiagnosticado, uma vez que o conhecimento sobre o transtorno era extremamente vago. Atualmente campanhas de conscientização estão fazendo com que ele venha a ser mais conhecido no Brasil e no mundo propiciando um número maior de diagnósticos, inclusive de forma precoce, o que favorece demais o tratamento”.