
Rodrigo Costa carrega a força de quem nasceu em um dos lugares mais autênticos e potentes do Brasil: a Amazônia. Natural de uma comunidade ribeirinha no interior do Pará, ele aprendeu desde cedo a enxergar beleza nas coisas simples e a valorizar a conexão com a natureza e com as pessoas. “Sou muito feliz por ter nascido na Amazônia. Isso me trouxe uma energia única, uma conexão com o essencial.”
Com apenas 15 anos, sem referências familiares na área da beleza, ele decidiu que queria transformar vidas com as mãos, por meio do cabelo. Tudo começou assistindo a programas de antes e depois na TV. “Aquilo me encantava. Ver alguém se transformar, ganhar autoestima… eu pensava: quero fazer isso!” Foi assim que, ainda adolescente, procurou um curso de cabeleireiro e, com o apoio relutante da mãe, embarcou em sua primeira formação. “Ela achava que não ia dar certo. Mas eu falei: deixa comigo, vou estudar de manhã, trabalhar e pagar esse curso.”
Aos 16 anos, já formado, começou a atender clientes no interior, cobrando apenas R$ 5 por corte. “Era surreal, mas era tudo pra mim. Eu era grato por cada cliente.” Com 18 anos, mudou-se para Belém, onde iniciou sua trajetória em salões maiores. A entrada no mercado de luxo veio por acaso, ou por destino, quando uma empresária viu seu potencial e lhe deu a primeira chance como cabeleireiro, não como assistente. “Ali eu conheci outro mundo: comportamento, estética, exigência. Me adaptei e mergulhei.”
Visionário e movido por propósito, Rodrigo entende a beleza como ferramenta de transformação emocional. “Não é só cabelo. É autoestima, é acolhimento, é fazer parte de momentos importantes da vida de alguém.” Ele fala com emoção sobre clientes que acompanhou por anos, desde os 15 anos até o noivado, e que ainda esperam por ele no dia do casamento. “Cinco fases da vida de uma pessoa! Isso é muito poderoso.”
Durante a pandemia, sentiu o chamado para crescer ainda mais. Vendeu sua parte em um salão de alto padrão em Belém e partiu para São Paulo com uma mala, um sonho e a força das redes sociais. “Vim com a cara e a coragem. Comecei mandando mensagens no Instagram pedindo oportunidades. O ‘não’ eu já tinha. Fui atrás do ‘sim’.”
A resposta veio. Trabalhou com grandes nomes como Marco Antônio de Biaggi, Celso Kamura e, hoje, integra a equipe do ROM Concept, considerado o maior salão do mundo. E mais que isso, já foi artista da marca Braé, integrou squads de experts e virou referência em visagismo, cor, mechas, alongamento e penteado. Rodrigo é reconhecido por seu olhar completo e estético: une técnica, maquiagem, fotografia, luz e enquadramento, tudo para entregar o melhor da beleza com identidade. “Não quero transformar ninguém. Quero que a pessoa se veja e se reconheça, mas elevada, valorizada. Isso é o custom hair.”
Rodrigo também é uma mente inquieta e apaixonada por educação. Já está estruturando projetos voltados para cursos, palestras e mentorias. Mas, mais do que ensinar técnicas, ele quer despertar identidade e autonomia. “Meu segredo não é fazer a mecha perfeita. É ajudar alguém a descobrir a identidade que já existe dentro dela.”
Inspirado por sua própria história, hoje ele se tornou inspiração para outras pessoas que, como ele, vêm de lugares com poucas oportunidades. “Recebo mensagens de pessoas do Norte me dizendo que se sentem representadas por mim. Isso mexe muito comigo.”
Rodrigo Costa não veio apenas fazer cabelo. Ele veio marcar histórias, começando pela sua.









