Maria Eugênia Cordeiro e Nico de Moraes, influenciadores com mais de 3 milhões de seguidores nas redes sociais, decidiram que seu casamento não seguiria roteiros tradicionais. Em um ato que descrevem como “egoísmo intencional”, o casal escolheu fugir para Paris, deixando de lado as expectativas de uma grande festa com convidados para focar no que realmente importava: eles dois.
“No que diz respeito ao nosso amor, a única autoridade somos nós”, afirmam. Essa escolha reflete uma tendência crescente, o elopement – casamentos íntimos, muitas vezes realizados em segredo, que priorizam a conexão do casal acima de tudo. Para eles, a frase que resume essa filosofia, “mande o convite só pra quem não pode faltar: os noivos”, é mais do que humor, é um manifesto de liberdade.
Como membros da comunidade LGBTQIA+, Maria e Nico, com Nico sendo um homem trans, estão acostumados a desafiar convenções sociais. “Sempre tivemos que quebrar expectativas para sermos felizes, e essa foi só mais uma vez”, contam. A decisão de casar só os dois foi uma forma de proteger a intimidade de um momento sagrado. “Tudo que vivemos enquanto casal é muito pessoal, ainda mais com milhões de pessoas nos acompanhando nas redes. No off, as coisas têm um valor diferente”, explica Maria. Para eles, um casamento sem convidados não é sobre exclusão, mas sobre preservar a autenticidade. “Imagina um momento tão puro virar um dia de aparências para agradar os outros. Queríamos que fosse nosso, genuíno e verdadeiro.”
A tendência do elopement
A escolha de Maria e Nico reflete um movimento global: o elopement está ganhando força entre casais que desejam celebrações mais íntimas e personalizadas. Longe de ser apenas uma fuga romântica, essa tendência representa uma rejeição às pressões sociais e aos altos custos de casamentos tradicionais, permitindo que os noivos foquem no que realmente importa: o amor. Para casais como Maria e Nico, especialmente na comunidade LGBTQIA+, o elopement também é uma forma de reivindicar espaços tradicionalmente restritivos, vivendo o sonho do casamento sem as amarras de expectativas alheias. “Casar só nós dois foi nossa forma de dizer que o amor não precisa de plateia para ser real”, diz Nico.
O ensaio fotográfico em Paris, cidade escolhida por sua beleza atemporal, capturou essa essência com elegância. “Queríamos algo que fosse bonito pra sempre, porque vamos ficar velhinhos vendo essas fotos”, conta Maria. As locações, selecionadas cuidadosamente para evitar clichês turísticos, e os looks clássicos – equilibrados pelas tatuagens marcantes do casal – criaram um contraste que reflete sua identidade: rebeldes, mas livres para abraçar a tradição quando ela ressoa com seus corações. As alianças Cartier, que misturam o clássico parisiense com a modernidade nova-iorquina, são um símbolo dessa dualidade. “É subversivo sermos autênticos, amarmos quem queremos e ainda usarmos Cartier em Paris”, afirmam.
O ensaio
Como influenciadores, Maria e Nico têm expertise em criar conteúdo visual, mas, para o ensaio, optaram pela espontaneidade. “O conceito foi não ter conceito. Só estávamos lá e demos muita risada”, contam. Trabalhar com uma equipe internacional trouxe receios iniciais, especialmente para Maria, que temia barreiras linguísticas. “Eu tinha medo de não me sentir à vontade, mas eles captaram nossa essência sem precisar de palavras.” O resultado foi um conjunto de fotos que transmite a alegria e a conexão do casal, com Nico, como homem trans, escolhendo enaltecer Maria. “Meu objetivo era focar na noiva. Mandei fazer abotoaduras com as iniciais ‘M.E’ para colocá-la em primeiro lugar”, conta. Usar um terno sob medida pela primeira vez foi um momento marcante: “Me senti inteiro.”

Maria, por sua vez, brilhou com um vestido maximalista, inspirado em princesas, complementado por uma mantilha de origem latina que emoldurava seu rosto. “O vestido me fez sentir mais noiva que a aliança. É como a Cinderela faz parecer no filme: não dá vontade de tirar”, diz, rindo. A beleza clean, com cabelo preso e maquiagem natural, destacou o vestido, enquanto luvas vitorianas adicionaram um toque de tendência. “Queria algo que marcasse, mas que eu pudesse olhar daqui a anos e rir, como minha mãe falava das mangas bufantes dela.”



