Na busca por apoiar os projetos da ONG Nóiz, Gustavo Portela adotou uma abordagem solidária ao oferecer uma linha completa de porcelana composta por oito pratos pintados à mão. Intitulada de “Coleção Rio Paraná”, essa linha possui uma narrativa significativa por trás de sua criação.
“Minha conexão com o André é de longa data e sempre admirei as iniciativas que eles promovem na Cidade de Deus. Agora é o momento de retribuir”, compartilhou Gustavo.
Os pratos, fruto da genialidade artística de Gustavo, conquistaram os olhos de André Melo, presidente da ONG, que elogiou o trabalho e expressou a intenção de unir forças. “A estética dos pratos é magnífica e Gustavo é um talentoso artista com quem tive a oportunidade de colaborar. Nossos caminhos se cruzaram, e estamos unidos nessa causa. Planejamos realizar uma rifa online. Os fundos arrecadados contribuirão para manter a infraestrutura do projeto”, afirmou André Melo.
A Coleção Rio Paraná: Uma Homenagem a uma Maravilha Natural Perdida
A uma distância de 200 quilômetros das deslumbrantes Cataratas do Iguaçu existiu um tesouro natural ainda mais deslumbrante: o Salto de Sete Quedas, uma sucessão de 18 majestosas e imensas cachoeiras situadas no Rio Paraná.
Retidas para o funcionamento da Usina Hidrelétrica de Itaipu, as Sete Quedas, até o início da década de 1980, ostentavam o título de maior cascata do mundo em termos de volume de água, sendo duas vezes mais poderosas que as Cataratas do Niágara.
O estrondo ensurdecedor das águas podia ser ouvido a 30 quilômetros de distância, evocando admiração e espanto. Contudo, em um período de 14 dias, o Salto de Sete Quedas foi engolido pelas águas do Rio Paraná. Em 27 de outubro de 1982, o imenso lago artificial estava completamente formado, e as quedas espetaculares haviam desaparecido, um evento amplamente documentado pelas emissoras de televisão da época.
Carlos Drummond de Andrade, durante esses 14 dias de desaparecimento das cachoeiras, imortalizou o evento com sua poesia emotiva, começando assim:
“Sete quedas por mim passaram
e todas sete se esvaíram.
Cessa o estrondo das cachoeiras
e com ele a memória dos índios,
pulverizada,
já não desperta o mínimo arrepio.”
É através da lembrança desse monumento natural que adornou o Sul do Brasil que Gustavo Portela lançou a “Coleção Rio Paraná”. Essa coleção inclui os pratos intitulados Traíra, Carazinho, Lambari, Piau, Cachara, Mandi, Barbado e Tucunaré, todos reverenciando a história e a beleza efêmera das Sete Quedas.