
O recém-eleito Papa Leão XIV, nascido Robert Francis Prevost, de 69 anos, natural de Chicago (EUA), apresentou oficialmente nesta segunda-feira (12) o seu lema pontifício e o brasão de armas, ambos marcados por profundos significados espirituais e pastorais.
Ex-prefeito do Dicastério para os Bispos, cardeal nomeado por papa Francisco e missionário por longos anos no Peru, Leão XIV também foi superior-geral dos agostinianos por dois mandatos. Sua trajetória já indicava um perfil próximo das bases e com forte senso pastoral — o que se confirma agora também nos símbolos escolhidos para representar seu pontificado.
O brasão de armas do novo Papa é composto por um escudo dividido em duas partes. No lado esquerdo, um lírio branco estilizado sobre fundo azul remete à pureza e inocência, atributos tradicionalmente associados à Virgem Maria, sinalizando uma espiritualidade mariana que ecoa sua vivência missionária. No lado direito, sobre campo branco, encontra-se o Sagrado Coração de Jesus, colocado sobre um livro fechado e transpassado por uma flecha — elementos que evocam a entrega total de Cristo e o compromisso com a Palavra, mesmo diante da dor.
Com esses símbolos, Leão XIV expressa sua visão de uma Igreja mariana e missionária, unida em meio às diversidades, profundamente apaixonada por Cristo Salvador, e disposta a servir com sacrifício e compaixão ao povo de Deus.
O lema escolhido, “In Illo unum uno” (“Em Cristo único somos um”), é uma citação de Santo Agostinho no comentário ao Salmo 127, e reforça a busca por unidade espiritual na diversidade dos povos, línguas e culturas da Igreja.
Analistas vaticanos já interpretam a escolha do brasão e do lema como uma continuação da ênfase colocada por Francisco na proximidade pastoral, na sinodalidade e na centralidade do Evangelho. O pontificado de Leão XIV, ao que tudo indica, pretende reforçar esses pilares, com uma linguagem simbólica que comunica serviço, humildade e fidelidade ao coração do povo.