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Por Que Ler Obras Literárias Que Falam Sobre Maternidade e Paternidade Pode Transformar a Criação dos Filhos?

Em um mundo cada vez mais digital, pode parecer que os livros estão perdendo espaço para as telas. Mas quando falamos do universo infantil, a leitura continua sendo um dos pilares mais importantes no desenvolvimento emocional, cognitivo e social das crianças. Os livros infantis não apenas entretêm — eles ensinam, conectam e ajudam a formar valores desde cedo.

Neste artigo, vamos entender o papel dos livros infantis na infância, como escolher os títulos certos, e por que incentivar esse hábito é um investimento no futuro dos pequenos.

Por que os livros infantis são fundamentais na infância?

Os livros infantis têm um papel que vai muito além da leitura de histórias. Eles funcionam como ferramentas educativas e afetivas que ajudam a criança a entender o mundo à sua volta, desenvolver a imaginação, enriquecer o vocabulário e estimular a empatia.

Confira alguns dos principais benefícios:

1. Desenvolvimento da linguagem

A exposição precoce à linguagem escrita melhora o vocabulário, a construção de frases e o raciocínio lógico. Mesmo antes de saber ler, a criança absorve estruturas linguísticas ao ouvir histórias.

2. Estímulo à criatividade

Os livros infantis costumam ter personagens fantásticos, mundos imaginários e soluções criativas para os problemas. Isso amplia o repertório e estimula a criança a pensar fora da caixa.

3. Formação de valores

As histórias ajudam a criança a entender sentimentos, lidar com frustrações, respeitar o outro e identificar o que é certo ou errado de forma lúdica. Muitos livros trabalham temas como amizade, respeito, diversidade, honestidade e coragem.

4. Vínculo afetivo

O momento da leitura compartilhada entre adulto e criança é também uma oportunidade de criar vínculo, segurança emocional e atenção plena. A leitura vira um momento de acolhimento e conexão.

5. Melhora da concentração e disciplina

Ao acompanhar uma história do começo ao fim, a criança aprende a ouvir, prestar atenção, fazer conexões e manter o foco — habilidades essenciais para o aprendizado formal.

Como escolher bons livros infantis?

Com tantas opções disponíveis, é importante fazer escolhas que levem em conta a idade, o estágio de desenvolvimento e o interesse da criança. Veja abaixo alguns critérios úteis para orientar sua seleção:

1. Idade recomendada

Respeitar a faixa etária indicada é importante porque ela reflete o nível de compreensão e de vocabulário esperado. Livros para bebês, por exemplo, costumam ter imagens grandes, cores contrastantes e poucas palavras.

2. Ilustrações de qualidade

Imagens bem trabalhadas ajudam a contar a história e envolvem a criança emocionalmente. Em muitos livros infantis, a imagem é tão importante quanto o texto — ou até mais.

3. Narrativa simples e envolvente

Textos com rimas, repetições e ritmo facilitam a memorização e tornam a leitura mais prazerosa. Histórias com começo, meio e fim bem definidos ajudam na compreensão e na construção de sentido.

4. Temas relevantes

A escolha do tema pode variar conforme o momento da criança. Por exemplo, livros que falam sobre o primeiro dia de aula, nascimento de irmãos ou medo do escuro ajudam a lidar com essas situações.

5. Diversidade e representatividade

Dar acesso a livros com personagens diversos, com diferentes culturas, corpos, gêneros e realidades, contribui para a construção de uma visão de mundo mais inclusiva.

Sugestões de livros infantis por faixa etária

A seguir, alguns exemplos de livros consagrados e indicados para diferentes faixas etárias:

De 0 a 3 anos:

  • “O Livro com um Buraco” – Hervé Tullet
    Estimula o tato e a imaginação com interações simples.

  • “Cadê o Meu Travesseiro?” – Maria Fernanda P. de Oliveira
    Uma narrativa curta e acolhedora sobre rotina e sono.

De 4 a 6 anos:

  • “A Casa Sonolenta” – Audrey Wood
    Com repetições e ritmo, essa história diverte e ensina sobre rotina e convivência.

  • “O Monstro das Cores” – Anna Llenas
    Introduz emoções de forma lúdica, ajudando a criança a nomear sentimentos.

De 7 a 9 anos:

  • “O Menino Maluquinho” – Ziraldo
    Um clássico brasileiro que mistura poesia e reflexão com humor.

  • “A Parte Que Falta” – Shel Silverstein
    Uma metáfora simples sobre identidade, pertencimento e autoconhecimento.

A partir de 10 anos:

  • “Diário de um Banana” – Jeff Kinney
    Mistura humor, cotidiano e reflexões sobre amizade e escola.

  • “Extraordinário” – R. J. Palacio (versão infantil)
    Aborda temas como bullying, empatia e aceitação de forma acessível.

Como incentivar o hábito da leitura desde cedo?

Criar o hábito da leitura não acontece do dia para a noite. É um processo contínuo, que depende do exemplo dos adultos e de um ambiente favorável. Aqui estão algumas estratégias práticas:

  • Leia diariamente com a criança, mesmo que seja por 10 minutos. A constância importa mais do que a duração.

  • Deixe os livros acessíveis. Tenha uma prateleira no quarto ou na sala onde ela possa pegar os livros sozinha.

  • Permita que ela escolha os livros de acordo com seus interesses. O gosto pessoal é um ótimo motivador.

  • Dê o exemplo. Crianças que veem adultos lendo têm mais chance de se interessar por livros.

  • Não pressione para “ler certo”. Durante a alfabetização, o importante é que a leitura seja uma experiência positiva.

O papel da escola e da biblioteca

Além da família, a escola tem papel fundamental na formação de leitores. Projetos de leitura, feiras de livros, contação de histórias e bibliotecas escolares acessíveis podem fazer toda a diferença.

As bibliotecas públicas também são recursos importantes. Muitas delas têm espaços infantis com acervos atualizados, rodas de leitura e atividades lúdicas. Visitas regulares podem transformar o livro em algo familiar e desejado.

Conclusão

Os livros infantis são mais do que entretenimento: são ferramentas poderosas para desenvolver habilidades, estimular a empatia e construir o pensamento crítico desde os primeiros anos de vida. Investir em leitura é investir no desenvolvimento emocional, cognitivo e cultural das crianças.

Se você é pai, mãe, educador ou simplesmente alguém que deseja contribuir com a formação de leitores, comece oferecendo bons livros e, principalmente, tempo para ler junto. Porque, mais do que aprender a ler, toda criança merece descobrir o prazer de se perder em uma boa história.

Imagem: canva.com

Tiago da Silva Candido

Colunista de portais como Correio Braziliense, Tonafama, F5 online e Imprensa e Midia e mais 1500 sites.
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