O esporte tem um papel importante na cultura americana: é um instrumento vital de conexão e integração. Com um contraste interessante comparado ao resto do mundo, os Estados Unidos tem o próprio jeito de curtir as competições e de praticar os mais variados esportes.
Nos últimos anos, o país se estabeleceu como um polo central neste universo. Embora tradicionalmente conhecido por esportes como futebol americano, basquete, beisebol e hóquei, a última década viu uma expansão significativa em outras áreas, especialmente no futebol (soccer). Um marco nesse processo foi a Copa América de 2024, sediada em solo estadunidense, que catalisou um crescimento exponencial no interesse e investimento em – além desta – diversas outras modalidades.
Historicamente, os EUA têm dominado o cenário esportivo com ligas profissionais altamente lucrativas e populares, como a NFL (futebol americano), NBA (basquete), MLB (beisebol) e NHL (hóquei), além de esportes que já estão presentes no calendário americano como torneios de Tênis (Miami Open) e corridas de Fórmula 1. Essas ligas não apenas moldaram a cultura do país, mas também se tornaram influentes globalmente.
No entanto, a partir da década de 90, com a criação da Major League Soccer (MLS), o futebol começou a ganhar força. Investimentos em infraestrutura, marketing e desenvolvimento de talentos contribuíram para a popularidade crescente do esporte. A Copa América de 2024, por sua vez, foi um ponto de virada crucial.
A preparação para o torneio envolveu a construção e renovação de estádios, além de uma logística robusta para acomodar equipes e torcedores de toda a América. Este evento atraiu grandes audiências televisivas e fomentou um entusiasmo nacional pelo futebol. A performance da seleção americana na competição (mesmo não indo tão longe) e a recepção calorosa do público consolidaram-o, enfim, como um dos esportes relevantes nas entrelinhas da nação.
Além da Copa América e todos os campeonatos que os Estados Unidos sediam, o país já tem confirmado no calendário o Super Mundial de Clubes da FIFA em meados de 2025, a Copa do Mundo FIFA de 2026 e as Olimpíadas de Los Angeles em 2028. Esses eventos devem solidificar ainda mais a posição dos EUA como um centro do esporte global. Outras práticas que fogem do tradicional estadunidense como rugby e cricket também estão adquirindo um crescimento notável na procura e informação. É fato. A cultura esportiva nos EUA está passando por uma transformação positiva.
Isso se dá pelo investimento nos esportes, que tem sido substancial. Cidades em todo o país investiram em novas arenas e centros de treinamento de última geração. Iniciativas governamentais e privadas têm focado no desenvolvimento de jovens atletas, com programas destinados a identificar e nutrir talentos desde cedo.
Para se ter uma ideia desta expansão, a FIFA, desde 2023, vem movimentando os negócios para Miami, levando em conta os investimentos feitos pela principal liga do país, a MLS. No caso, as contratações de Messi e Suárez pelo Inter Miami. Mais de 100 funcionários da entidade máxima do futebol mundial se transferiram da sede na Suíça para Coral Gables, local que vai receber o departamento jurídico, de auditoria, conformidade e gestão de riscos da organização.
Os Estados Unidos emergiram como uma matriz. Impulsionando os esportes tradicionais da região e abraçando as demais modalidades – mesmo originadas em outro país – tornou-se uma referência de como atletas, cidadãos e a própria nação podem se beneficiar. Tudo de uma só vez, com os investimentos e as estratégias certas.
*Renan Richter é CEO da HS Sports Travel e especialista em eventos esportivos por todo o mundo, com grande experiência em comitês, conferedações esportivas, empresas e viagens em grupo. Atua há mais de 10 anos realizando viagens esportivas e de incentivo, com ampla presença em campeonatos e conferências nos E.U.A – como Miami Open, Super Bowl, Jogos no Miami Hit e Grande Prêmio de Miami.