
Durante uma viagem pela Europa, Andressa Urach passou por uma cirurgia para mudar a cor dos olhos. Inspirada em Maya Massafera, a influenciadora realizou o procedimento estético na França, onde a técnica tem atraído quem busca uma transformação visual marcante.
A mudança de cor, nesse caso, é feita por meio de uma espécie de tatuagem na íris, um procedimento definitivo conhecido como ceratopigmentação. O método carrega riscos sérios: pode causar inflamações crônicas, aumento da pressão intraocular, danos à córnea e, em casos mais graves, levar à perda permanente da visão. A oftalmologista Dra. Nubia Vanessa, do CBV – Hospital de Olhos, alerta que o procedimento não é aprovado no Brasil e não deve ser feito com finalidade apenas estética.
“Essa pigmentação é aplicada diretamente sobre a íris, como se fosse uma tatuagem ocular. Embora o resultado estético possa parecer interessante, é uma intervenção delicada, que pode trazer riscos sérios para a saúde ocular”, afirma. “Entre as complicações possíveis estão inflamações, aumento da pressão intraocular, sensibilidade à luz e até a diminuição da acuidade visual. São efeitos que podem aparecer com o tempo.”
A técnica foi originalmente desenvolvida com fins terapêuticos, como o tratamento de cicatrizes e alterações na córnea. No entanto, o uso com finalidade puramente estética é recente e ainda não tem respaldo científico suficiente. “O que mais preocupa não é só a diminuição da visão”, alerta Dra. Nubia. “É que o procedimento pode trazer consequências irreversíveis, complicações que podem até levar à cegueira. O paciente pode desenvolver uma inflamação ocular perene, que por sua vez pode causar aumento da pressão ocular, complicações retinianas e corneanas. E é importante destacar: a perda da acuidade visual pode ser permanente. Isso precisa ficar claro, porque quando se trata de estética, as pessoas às vezes esquecem de olhar esses detalhes.”
Ela reforça que a ceratopigmentação ainda não é aprovada por órgãos reguladores no Brasil e não é indicada para fins estéticos. “A ausência de regulamentação é justamente por precaução. Como ainda não temos dados confiáveis que garantam a segurança da técnica, ela não deve ser indicada para mudança estética da cor dos olhos”, afirma.
Dra. Nubia finaliza com uma orientação: “Toda decisão estética deve ser tomada com responsabilidade. O ideal é conversar com um oftalmologista de confiança, tirar dúvidas e pesar os riscos antes de qualquer procedimento nos olhos.”