Com a poesia e a sonoridade da música de raiz brasileira, a banda Calango Brabo lançou o single “Boi da Cara Preta” que funde ao baião elementos característicos do rock como sintetizadores, bateria, e as guitarras distorcidas de Daniel Ruberti, também autor da musica, ilustrando uma mensagem motivadora com elementos do nosso folclore.
“Imagine o Metallica tocando uma música de Alceu Valença”. É dessa forma bem inusitada que o cantor, guitarrista e compositor paulistano Daniel Ruberti define o som da sua banda, a CALANGO BRABO, que com uma original mistura de forró e heavy/hard rock vai conquistando muitos fãs em seus shows. E tendo como arma secreta as incríveis guitarras siamesas (double guitars).
O som do grupo equivale a uma continuação lógica das misturas pioneiras de rock e música nordestina, criadas por artistas como Alceu Valença, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo nos anos 1970 e 1980, acrescentando novas linguagens roqueiras ao coquetel sonoro e gerando dessa forma algo novo.
O repertório do grupo criado em 2011 por Ruberti e que desde 2018 tem como núcleo Ivan Jubram (baixo) e Felipe Cappia (teclados) mescla releituras inovadoras de clássicos de Luis Gonzaga, Alceu Valença, Zeca Baleiro, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho, entre outros, com algumas composições de seu líder.
A concepção sonora do CALANGO BRABO surgiu a partir da longa e frutífera trajetória de seu criador, que começou a tocar com apenas 4 anos, sendo que aos 5 já frequentava aulas. Após ouvir o álbum “Maiden Japan” (1981), do Iron Maiden, apaixonou-se pelo heavy metal e resolveu mergulhar nesse estilo musical.
Aos 19 anos, já um guitarrista e violonista seguro de seu potencial, mudou-se de São Paulo (onde nasceu) para Curitiba (PR), morando por lá durante 5 anos, dando aulas e sempre se aperfeiçoando como músico, estudando de 8 a 12 horas diariamente.
Ao voltar a São Paulo, trabalhou durante seis meses como roadie do grupo de reggae Planta & Raiz e, a seguir, com Almir Sater, afinando as diversas violas do grande cantor, compositor e músico e também cumprindo outras tarefas na equipe do artista durante as suas turnês pelo Brasil.
Nesses dois anos em que trabalhou com o autor de “Um Violeiro Toca”, Daniel não só aprendeu a tocar viola como também mergulhou na sonoridade rural da nossa música. E começou a fazer experiências sonoras que mudariam o seu foco.
Ao entrar no universo da música nordestina, sentiu que o forró era o ritmo que mais se adequava à mistura com o heavy metal e o hard rock, especialmente o baião. Nascia o embrião do CALANGO BRABO, que surgiria não muito tempo depois, em 2011.
Após lançar um álbum em 2013 com material autoral e fazer diversos shows, Daniel encontrou o rumo certo para o que desejava fazer com a entrada no time de Felipe Cappia, sendo que aí surgiu o conceito de substituir a sanfona, instrumento tradicional do baião e do forró em geral, pelos teclados.
Quando o som do grupo se consolidou, a banda passou a participar de eventos ao lado de artistas e grupos como Almir Sater, O Grande Encontro, Cordel do Fogo Encantado, Planta e Raiz, Ludmilla, Golpe de Estado, Lecy Brandão, Viper, Rastapé, Trio Virgulino, e outros, além de participar de programas de TV.
O repertório traz surpresas, como trechos de “Eye Of The Tiger”, do grupo americano Survivor, inseridos em releitura poderosa de “Telegrama”, de Zeca Baleiro. Hits de Luiz Gonzaga (“Qui Nem Jiló” e “Pau de Arara”), Dominguinhos (“Eu Só Quero Um Xodó”) e Alceu Valença (“Tropicana”) marcam o set list de seus shows.
O grupo também mostra seu consistente lado autoral com o lançamento periódico de singles no Spotify, como “Universo em Mim”, “Boi da Cara Preta” e “Ventania e a Mulher Diaba”.
E temos também as guitarras siamesas. O CALANGO BRABO é o único grupo no mundo que traz nos seus shows esse instrumento, com duas guitarras acopladas uma na outra em formato de V, exigindo de Daniel uma técnica toda especial para tocá-la.
Ouça: https://open.spotify.com/intl-pt/track/2x0zV8zfgVQcQOF8iHUeRC?si=39267b68f95143a8