
Na noite desta quinta-feira, o coração da Cristandade pulsou mais lento. Às 20h, no Altar da Confissão da imponente Basílica de São Pedro, foi realizado o rito de fechamento do caixão do Santo Padre, Papa Francisco. Em uma cerimônia íntima, marcada por emoção e reverência, teve início o último gesto litúrgico antes do funeral que acontecerá na manhã seguinte.
A celebração foi presidida pelo Cardeal Camerlengo, conforme previsto no ritual solene das exéquias papais. O Mestre das Celebrações Litúrgicas leu em voz firme e pausada o “Rogito”, um documento oficial que narra os momentos mais significativos da vida e do pontificado de Jorge Mario Bergoglio — agora depositado junto a ele, dentro do caixão, como memória eterna de sua missão.
A cerimônia seguiu as orientações do “Ordo Exsequiarum Romani Pontificis”, o rito próprio das exéquias de um Papa. Poucos estavam presentes: além de altas autoridades do Vaticano, alguns familiares do Pontífice foram autorizados a se despedir de forma privada e comovente daquele que, mais do que líder espiritual, foi exemplo de humildade, compaixão e coragem.
O rito terminou por volta das 21h. A partir de então, o Capítulo da Basílica de São Pedro iniciou uma vigília de oração contínua junto ao corpo do Papa. Ao longo da noite, em clima de silêncio profundo e espiritualidade intensa, monges, freiras e membros do clero rezarão sem cessar, acompanhando Francisco em sua última jornada terrena.
Na manhã seguinte, a Santa Missa de exéquias reunirá fiéis de todo o mundo para dar o adeus definitivo ao homem que marcou uma era com sua voz firme pelos pobres, pela paz e por uma Igreja mais próxima do povo. O Papa Francisco parte, mas deixa viva a chama de uma fé traduzida em gestos simples e em amor sem medidas.