
Em um gesto discreto, mas carregado de simbolismo, o recém-eleito Papa Leão XIV surpreendeu o mundo em sua primeira aparição pública ao surgir de sapatos pretos, rompendo com a tradição dos sapatos vermelhos papais usados por séculos por seus antecessores.
Diante de uma Praça de São Pedro lotada e sob os olhos atentos de milhões de fiéis ao redor do mundo, o novo pontífice vestia a tradicional batina branca, mas o calçado escuro imediatamente chamou a atenção. A cena evocou diretamente a escolha feita por papa Francisco em 2013, quando também rejeitou os clássicos sapatos vermelhos — símbolo do sangue dos mártires e da autoridade do sucessor de Pedro — preferindo manter os mesmos sapatos pretos usados como cardeal.
Embora Leão XIV não tenha feito qualquer menção direta ao gesto, a decisão repercutiu fortemente entre vaticanistas, teólogos e fiéis. Para muitos, trata-se de uma sinalização clara de continuidade com o estilo pastoral e humilde de Francisco: uma Igreja mais próxima das pessoas, menos focada em símbolos de poder e mais voltada ao essencial do Evangelho.
“Em Roma, nada é por acaso. Cada gesto, cada peça de vestuário, carrega significados profundos”, observou um comentarista da imprensa vaticana. “Ao manter os sapatos pretos, Leão XIV parece querer caminhar ao lado do povo, não acima dele.”
O gesto, aparentemente simples, foi lido por muitos como o primeiro indicativo do tom que marcará o novo pontificado: sóbrio, pastoral e atento aos sinais do tempo. Em uma instituição onde até pequenos detalhes vestem séculos de tradição, o preto dos sapatos do Papa pode ser silencioso — mas, como dizem no Vaticano, detalhes falam, e às vezes, gritam.